No âmbito do dia Mundial da Disfunção Erétil, que se assinala a 14 de Fevereiro, é importante a sensibilização para este problema que afeta 10% dos homens portugueses. Com 52% dos casos na faixa etária dos 40 aos 70 anos de idade é uma doença que, para muitas pessoas, ainda provoca constrangimento ao ser abordada, mas que, perante sinais de alerta, deve motivar a procura de uma consulta médica.
A disfunção erétil, quando diagnosticada, é tratável na maioria das situações, possibilitando uma vida saudável, com reflexos positivos em várias dimensões. Estudos apontam que uma pessoa saudável – conceito onde se inclui a saúde sexual – é mais produtiva e contribui para um melhor ambiente relacional, quer socio-profissional, quer familiar.
No que concerne à abordagem preventiva e terapêutica é essencial adotar hábitos saudáveis. Como primeira e mais importante medida de prevenção deve avaliar junto do seu médico assistente os seus comportamentos alimentares e a prática de exercício físico, bem como averiguar os hábitos de consumo de medicamentos. E aqui convém salientar que temos uma população hipermedicada, com patologias e terapêuticas que, muitas vezes, afetam a saúde sexual.
A obesidade, a diabetes, a dislipidémia, as doenças cardiovasculares e a hipertensão são exemplos de doenças que devem ser geridas junto da equipa médica e onde, em muitos casos, a mudança de hábitos e um bom controlo das co-morbilidades permite corrigir uma disfunção erétil ligeira ou moderada.
Uma chamada de atenção para a disfunção eréctil como sinal preditor da existência de patologia cardíaca. Estudos demostram que um doente que tem disfunção erétil é um doente que no espaço de um a três anos provavelmente terá um evento cardiovascular. Tendo em conta esta constatação, todo o doente ao qual for identificada uma disfunção erétil, deve ser avaliado quanto ao risco cardíaco.
Esta avaliação é extremamente importante porque permite identificar doenças cardíacas ainda em fase inicial e, assim, tratá-las precocemente, prevenindo a progressão para estádios mais graves.
Este problema tem solução e a procura de consulta médica tem aumentado. Mas muitas pessoas afetadas evitam expor-se, por vergonha, procurando informação na internet onde encontram de tudo, inclusive informação de fontes não credíveis que podem pôr em risco a sua saúde.
Atento a este contexto, no Serviço de Urologia do Hospital CUF Sintra assinalamos o dia 14 de Fevereiro, sensibilizando para a abertura do diálogo entre doentes e profissionais de saúde, com vista ao diagnóstico e tratamento desta patologia.
Dr. Augusto Pepe Cardoso,
Coordenador de Urologia do Hospital CUF Sintra