Nuno Afonso, ex-Chega, atual vereador Independente, na Câmara Municipal de Sintra

Nuno Afonso, militante número dois e ex-vice-presidente do Chega, oficializou esta segunda-feira a sua desfiliação do partido e indicou que vai continuar a exercer o mandato de vereador na Câmara Municipal de Sintra como independente.

O militante que até à convenção deste fim de semana era vogal da Direção Nacional do partido, referiu que enviou uma carta ao Chega e ao seu presidente na qual comunicou a sua “desfiliação com efeitos imediatos”, continuando a exercer funções vereador na Câmara Municipal de Sintra, enquanto independente. O autarca dá conta ainda que “o executivo da Câmara Municipal de Sintra, e o presidente da Assembleia Municipal de Sintra, também já foram informados do fim deste vinculo e da minha intenção de exercer o mandato como vereador independente”, pode ler-se em nota enviada ao SINTRA NOTÍCIAS.

Recorde-se, Nuno Afonso, que tem sido uma das vozes mais críticas da estratégia de Ventura, anunciou em entrevista ao Observador na passada sexta-feira. a intenção de se desfiliar do partido.

Ao jornal Público, justificou ser “necessário traçar linhas vermelhas na política”, apontando que o Chega “é um partido que não é democrático, é autocrático, totalitário” e no qual “o líder faz tudo o que quer”.

André Ventura e Nuno Afonso, eleito vereador na Câmara de Sintra | Foto: Facebook – arquivo

Em 23 de novembro, o partido anunciou a retirada da confiança política ao vereador eleito para a Câmara Municipal de Sintra, indicando que Nuno Afonso deixaria de representar o Chega naquele executivo municipal.

A Comissão Política Distrital de Lisboa alegou na altura que o autarca desrespeitou as indicações políticas ao viabilizar o orçamento municipal para 2023, sustentando que o “seu sentido de voto, à revelia das orientações do partido e da estratégia definida para o distrito”, constituíram “claros atos de indisciplina partidária”.

Em resposta, Nuno Afonso considerou que o Chega “é um partido que não se guia por valores democráticos, que persegue os opositores pessoal e politicamente, como nunca antes se viu em democracia”, apontando que esse é “um comportamento típico das ditaduras que existiram e existem por este mundo fora”.

Nuno Afonso, que fundou o Chega ao lado de André Ventura, foi o seu chefe de gabinete na legislatura passada, enquanto deputado único do partido.  Foi reconduzido no arranque da nova legislatura, em março do ano passado, mas viria a ser exonerado quase um mês depois.