Mais de 2.600 operacionais combatiam 26 fogos em Portugal

Mais de 2.600 bombeiros combatiam hoje, pelas 17h30, 26 incêndios, com o apoio de quase 800 viaturas e 30 meios aéreos. De acordo com os dados disponíveis no `site` da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC), desses operacionais, mais de 1.400 estavam concentrados em quatro grandes fogos, nos distritos de Setúbal, Leiria e Faro.

O incêndio que deflagrou na sexta-feira, na localidade de Vale de Pia, no concelho de Pombal (Leiria), continua a ser o que mobiliza mais meios, estando no terreno a combater as chamas 451 operacionais, apoiados por 113 veículos e sete meios aéreos.

Esta tarde, as chamas estavam a atingir o concelho de Ansião, tendo já obrigado à retirada de pessoas em duas aldeias daquele município (também no distrito de Leiria).

Segundo o presidente da Junta de Freguesia de Santiago da Guarda, David Baptista Rodrigues, a situação voltou a “agravar-se” e a freguesia de Santiago de Guarda “está em perigo”.

Às 16:15 horas, “havia três frentes” de fogo e o vento soprava “muito forte”, com “mudanças constantes de direção”, disse ainda o presidente da junta.

Este fogo obrigou hoje à tarde a num novo corte do Itinerário Complementar (IC) 8 entre Ramalhais, no concelho de Pombal, e Ansião. Estas duas vias já tinham estado interditadas ao trânsito ao final da tarde de terça-feira e reaberto durante a madrugada de hoje.

No incêndio que começou na terça-feira em Caranguejeira, no concelho de Leiria, estão 367 bombeiros, com 113 viaturas.

Também na terça-feira, mas já à noite, pelas 23h30, deflagrou um fogo em Gambelas, perto da Universidade do Algarve, concentrando-se esta tarde o combate às chamas na zona da Quinta do Lago, Almancil, no concelho de Loulé (Faro), tendo sido retiradas pessoas da zona preventivamente.

A agência Lusa contactou esta tarde por diversas vezes o Comando Distrital de Operações de Socorro de Faro para tentar obter mais informações, mas sem sucesso. De acordo com o `site` da Proteção Civil, pelas 17:30 estavam mobilizados para este fogo 330 operacionais, com o apoio de 117 viaturas e quatro meios aéreos.

Já hoje, pelas 12h00, deflagrou um fogo na vila de Palmela, no distrito de Setúbal, que mobilizava a meio da tarde 282 operacionais, 90 viaturas e quatro meios aéreos.

Segundo o vice-presidente da Câmara Municipal, Luís Miguel Calha, o Centro Social de Palmela e algumas habitações já foram evacuadas por causa do incêndio. Pelas 16h00, o fogo obrigou também ao corte da estrada da Baixa de Palmela, que liga Palmela a Setúbal, nos dois sentidos.

Ainda segundo Luís Miguel Calha, à mesma hora, eram várias as frentes de fogo ativas, à volta da vila de Palmela, nas serras do Louro e de São Luís, e outras em direção a Aires e à Quinta do Anjo.

Já o fogo que começou na quinta-feira à tarde na União de Freguesias da Freixianda, Ribeira do Fárrio e Formigais, no concelho de Ourém, e alastrou, também, a Ferreira do Zêzere (ambos no distrito de Santarém) e a Alvaiázere, no distrito de Leiria, já surge no `site` da ANEPC como estando “em resolução”, mas continua a mobilizar 474 operacionais, apoiados por 150 veículos.

Esta tarde, o presidente da Câmara de Alvaiázere disse à Lusa estar cansado de pedir meios para o combate aos incêndios e de ficar sem resposta, lamentando que o concelho esteja a ser abandonado.

“Sentimo-nos abandonados. Estamos cansados de pedir meios sem resposta”, disse.

Situação de contingência

Portugal continental está em situação de contingência até às 23h59 de sexta-feira devido às previsões meteorológicas, que apontam para o agravamento do risco de incêndio, com temperaturas que podem ultrapassar os 45º em algumas partes do país.

A situação de contingência corresponde ao segundo nível de resposta previsto na lei da Proteção Civil e é declarada quando, face à ocorrência ou iminência de acidente grave ou catástrofe, é reconhecida a necessidade de adotar medidas preventivas e ou especiais de reação não mobilizáveis no âmbito municipal.

A maioria dos distritos de Portugal continental estão sob aviso vermelho, o mais grave, devido ao tempo quente, com mais de uma centena de concelhos em perigo máximo de incêndio rural, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera.