Transição da liderança no PSD foi foi feita “à moda dos homens bons”

O presidente eleito do PSD, Luís Montenegro, mostrou-se hoje satisfeito com a transição da liderança do partido, considerando que foi feita “à moda dos homens bons, sem nenhuma perturbação”.

À chegada ao pavilhão Rosa Mota, no Porto, onde vai decorrer o 40.º Congresso do PSD, Luís Montenegro recusou-se a comentar questões de atualidade política, remetendo-as para a intervenção que fará no arranque da reunião magna do partido.

“Vou falar sobre a atividade politica”, afirmou o sucessor de Rui Rio na liderança dos sociais-democratas, à chegada ao pavilhão.

Sem querer adiantar muito, e sem comentar a polémica sobre o novo aeroporto de Lisboa, o ex-líder parlamentar do PSD revelou que já fez convites para a direção do partido, mas que a lista não está ainda completa.

“Já fiz alguns e ainda tenho alguns para fazer, mas agora só me posso ocupar disso depois da intervenção de abertura e no decorrer. O congresso serve exatamente para isso, serve para nós conversarmos uns com os outros e irmos aferindo das disponibilidades de cada um, não tenho ainda esse assunto fechado”, disse.

Questionado sobre como correu a passagem da pasta da liderança da atual direção, presidida por Rui Rio, que se despede hoje do cargo de presidente do PSD, Luís Montenegro assegurou que “as coisas foram feitas com toda a tranquilidade, toda a normalidade”.

“Eu disse, na noite das eleições, que nós iríamos tratar dos assuntos internos do PSD e da vida interna do nosso partido à moda dos homens bons, falando uns com os outros, foi isso que fizemos, não houve nenhuma perturbação”, garantiu.

“Eu não fiz alteração nenhuma. O grupo parlamentar tem eleições marcadas, nós vamos aguardar que as candidaturas se apresentem e os deputados, que são quem têm a capacidade de decisão, possam decidir”, referiu.

A reunião magna do PSD tinha arranque marcado para as 21:00 e terá o primeiro momento forte no discurso de despedida do ainda presidente, Rui Rio, que deverá fazer um balanço dos quatro anos e meio de liderança do partido.

Logo em seguida, o congresso ouvirá a primeira intervenção de fundo do presidente eleito, Luís Montenegro, que, tradicionalmente, é focada na apresentação da proposta de estratégia global, intitulada “Acreditar”.

A moção contém compromissos como o lançamento do Movimento Acreditar, uma espécie de estados gerais para elaborar o programa eleitoral até 2024, e define o posicionamento do PSD como partido líder de todo o espaço não-socialista, sem afastar em absoluto a possibilidade de entendimentos futuros com o Chega.