Estima-se que em Portugal cerca de 30 por cento da população adulta sofra de Dor Crónica. Mas, afinal, o que é a dor?
A Dor é definida como uma experiência multidimensional, desagradável, envolvendo não só um componente sensorial, mas também um componente emocional e que se associa a uma lesão tecidular concreta ou potencial, ou é descrita em função dessa lesão.
Por isso, a dor constitui um dos principais motivos para a procura de cuidados de saúde por parte da população em geral. Além do sofrimento e da redução da qualidade de vida, provoca alterações no organismo que podem ser responsáveis pela perpetuação do fenómeno doloroso.
A Dor pode ser aguda quando é de início recente e de provável duração limitada havendo, normalmente, uma relação temporal e/ou causal bem definida.
Contudo, quando a dor persiste por 3 meses ou mais poderá trata-se de uma dor crónica, que deve ser avaliada por profissionais de saúde especializados, uma vez que poderá ser necessário uma abordagem multidisciplinar e a adoção de estratégias e fármacos específicos, por forma a minimizar as suas consequências.
O melhor conselho que podemos apresentar é que procure ajuda profissional. À semelhança das outras doenças crónicas, a dor crónica não tem cura mas pode e deve ser tratada. O Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca (HFF) dispõe de uma Unidade de Dor, que iniciou o seu funcionamento em 14 de junho de 2002, com o Alto Patrocínio da Fundação Calouste Gulbenkian.
Tem como população-alvo os doentes com dor crónica persistente ou recorrente de etiologia oncológica e não oncológica, com um modelo de atuação BIO-PSICO-SOCIAL.
A Unidade é composta por uma equipa nuclear de médicos anestesiologistas e uma equipa multidisciplinar constituída por médicos de várias especialidades como Psiquiatria, Fisiatria, Neurologia, Medicina Interna, Ortopedia e Cuidados Paliativos. Fazem ainda parte da equipa enfermeiras, farmacêutico, psicóloga, assistente social auxiliar de acção médica. Os doentes são referenciados pelas diferentes especialidades médicas do Hospital, quer em regime ambulatório, quer no Internamento e pelos médicos de Medicina Geral e Familiar da área de influência do hospital.
Dra. Ana Pedro,
Coordenadora da Unidade de Dor do Hospital Professor Doutor Fernando Fonseca
