Furto de contadores de gás tem aumentado na Amadora

Os furtos de catalisadores e contadores de gás ou água continuam a aumentar em todo o país, de acordo com as autoridades. Estes crimes estão relacionados com os metais preciosos que se encontram no interior dos equipamentos.

O comandante dos Bombeiros Voluntários da Amadora, Mário Conde, disse que houve um aumento dos furtos de contadores de gás neste município. “Acontece diariamente – as fugas de gás. Tivemos desde janeiro até agora 52 fugas de gás e em algumas situações constatou-se a falta do contador do gás, por furto. Isto tem tendência a ter continuidade, porque não tem havido solução nenhuma para o problema, o que também não é fácil”, observou.

As preocupações transmitidas por Mário Conde surgem cerca de três semanas depois de ter ocorrido uma fuga de gás seguida de explosão num prédio de oito andares na freguesia da Mina de Água.

A explosão ocorreu no número 7 da Rua José Maria Pereira, provocando 16 feridos, um deles em estado grave, deixando 39 pessoas desalojadas e causando danos em estruturas de prédios adjacentes e em vários estabelecimentos comerciais.

De forma a evitar situações com contornos tão graves como o do dia 16 de março, o comandante dos Bombeiros da Amadora aconselha a que os condomínios adotem “ferramentas de prevenção”. “Isto é uma questão do cuidado dos inquilinos, dos condomínios. É criar algumas ferramentas de prevenção para que possam avisar os condóminos de que existe alguma fuga de gás no prédio. De resto, nada se pode fazer”, apontou.

Referindo-se em particular à explosão ocorrida em 16 de março, Mário Conde alertou para a possibilidade de as companhias de seguros descartarem o pagamento de qualquer indemnização caso o relatório da Polícia Judiciária (PJ) indique que o incidente foi originado pelo roubo do contador do gás.

“Se houver a conclusão do relatório da PJ de que foi considerado roubo, as companhias de seguro, em princípio, ‘saem fora’ do problema, o que nos preocupa a nós. Foram habitações e carros a ficar destruídos. No nosso caso foi um carro que ficou parcialmente destruído e que tem um custo extremamente elevado para a reparação. Se a companhia [de seguros] não assumir os estragos, ficamos a ver navios”, atestou.

Entretanto, numa resposta enviada à Lusa, fonte da Câmara Municipal da Amadora, referiu que o prédio onde ocorreu a explosão continua inabitável e que a autarquia está “a trabalhar, em conjunto com a Segurança Social, para encontrar uma alternativa habitacional no parque privado para quatro famílias”.


Fotografia: Sérgio Santos FDLB / arquivo