Festival “Abril em Lisboa” arranca com concerto de Sérgio Godinho

Um concerto com Sérgio Godinho abre na quarta-feira o festival Abril em Lisboa, para assinalar o 48.º aniversário do 25 de Abril de 1974, segundo o programa hoje apresentado.

O programa do festival Abril em Lisboa, organizado pela empresa responsável pela gestão de espaços culturais (EGEAC) da cidade, foi hoje apresentado no São Luís Teatro Municipal pelo vereador da Cultura, Diogo Moura, e pelo presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas.

No ano em que os 48 anos de democracia começam a superar os 48 anos que durou o Estado Novo, o festival Abril em Lisboa arranca mais cedo do que o habitual, com um concerto no Campo Pequeno com Sérgio Godinho e os seus Assessores. O concerto, com entrada gratuita, contará também com Manuela Azevedo, dos Clã, com a ‘rapper’ Capicua, o cantautor Samuel Úria e os instrumentistas Filipe Raposo e Tó Trips.

Depois de terem estado encerrados nos últimos dois aniversários de Abril, devido à pandemia de covid-19, os Paços do Concelho voltam à tradição e abrem as portas aos visitantes no dia da revolução, entre as 10h00 e as 20h00, neste que é o primeiro ano de Carlos Moedas como presidente do município.

O programa hoje divulgado inclui o projeto “48”, que reuniu os pensamentos, versos e aforismos de 48 mulheres – poetas, escritoras e cantautoras — sobre valores de Abril, democracia e liberdade e que serão pintados no chão pelas ruas da cidade (entre 02 e 25 de abril).

“A Liberdade passa por Aqui” é a sugestão do Museu do Aljube para os dias 23 e 24 de abril, entre as 16h00 e as 20h00, com o convite para que o público vá ao quarto andar da antiga prisão beber “cocktails revolucionários” e dance ao som de músicas de intervenção com Luís Varatojo, DJ Cândido aka DIDI, Surma e Tó Trips.

O Museu disponibilizará também três murais improvisados, sob orientação artística de Ondjaki, Nuno Saraiva e Inês Vieira da Silva, onde os visitantes poderão escrever, desenhar ou colar as suas próprias palavras de ordem.

A partir do espólio do Arquivo Ephemera, biblioteca e arquivo do historiador José Pacheco Pereira, realiza-se entre 07 e 27 de abril no edifício do Diário de Notícias a exposição “Proibido por inconveniente”, com vários exemplos da censura como arma do Estado Novo.

No cinema São Jorge realiza-se o “Festival Política”, este ano dedicado ao tema da “Desinformação”, de 21 a 24 de abril, entre as 11h00 e as 18h00.

Numa altura em que a guerra voltou à Europa, o “Festival Política: Desinformação” apresenta filmes, música, debates, performances, espetáculos e conversas que discutem o poder do jornalismo e das redes sociais, a desinformação enquanto ameaça à democracia e “elemento que mina a confiança dos cidadãos nos meios de comunicação social e no jornalismo”, é salientado no programa.

O programa termina em 27 de abril e inclui ainda programações especiais evocativas de Abril em outros espaços municipais, como os teatros São Luís e LU.CA, os museus de Lisboa e da Marioneta e a rede de bibliotecas.