“Sei que há muitas mulheres que se sentem discriminadas”

Lídia Veludo, Higienista Oral, Coach, Empreendedora e Empresária, é responsável pela gestão da TAG Clínica – Saúde e Bem Estar. Sente-se uma mulher “feliz e realizada” no desempenho da sua multifacetada atividade profissional.

Diz não se sentir discriminada por ser mulher, no entanto afirma ainda “sei que há ainda muitas mulheres que sentem essa discriminação no seu dia-a-dia. “Contudo, sinto-me uma privilegiada por não o ter sentido ao longo da minha vida. Talvez por ter tido a possibilidade e a capacidade de não o permitir! Porque as pressões são enormes e não é fácil fazer-lhes frente!”.

“Sinto-me grata por tudo o que fui construindo”, orgulha-se Lídia Veludo que reconhece que “apesar de tudo o que já foi sendo conquistado, é ainda uma realidade haver diferenças de tratamento entre homens e mulheres, nomeadamente ao nível da progressão na carreira, especialmente no topo da hierarquia, de remunerações, papéis familiares, entre outras.

No entanto, esta é uma questão cultural em que não são apenas os homens os responsáveis. Nós, as mulheres, muitas vezes de forma inconsciente, aceitamos a situação e até nos escusamos a avançar para alguns cargos. Vamos precisar de algumas gerações para equilibrar a balança! É preciso não desistir e principalmente não cair em extremismos!”

Com uma vida profissional que lhe preenche os dias, conciliá-la com a vida familiar “passa por encontrar um equilíbrio e compromisso entre todos, porque não é a mãe que tem de fazer tudo”, refere com algum humor, Lídia Veludo.

“Claro que há divisão de tarefas em casa e todos têm de participar ou, pelo menos, aprender a participar”, acrescentando ainda “este é outro aspeto que encontro em algumas mulheres, e também tive de aprender que a casa é de todos, logo são todos responsáveis, e nós também temos de dar esse espaço aos restantes elementos da família para que funcione como uma equipa”. Muito importante é que “cada um, com as suas características, capacidades, desejos, anseios e até com as suas próprias fragilidades, dê o seu melhor, de forma colaborativa, empenhada e com respeito pelo outro”.

Em jeito de mensagem a propósito de Dia Internacional da Mulher, que se assinala no dia 8 de Março, “considero importante que todos os seres humanos, independentemente do género, assumam o seu papel enquanto agentes de mudança, por mais pequena que seja, e que deixem a sua pegada para uma sociedade mais equilibrada, saudável e plena”.

Dia Internacional da Mulher em destaque no
Jornal CORREIO DE SINTRA

“Não quero que as mulheres tenham poder sobre os homens, mas sim sobre si mesmas”. Foi assim que Mary Wollstonecraft (1759-1797) assumiu o seu feminismo. Aceitável na época, mas motivo de luta para as mulheres durante mais de dois séculos. Primeiro pelo direito ao voto, depois pela igualdade no trabalho. Finalmente, pelos direitos que lhe libertam o corpo.

Até quando, vai ser preciso um Dia Internacional da Mulher?

Ao SINTRA NOTÍCIAS e Jornal CORREIO DE SINTRA, algumas mulheres de sucesso, partilharam um pouco da sua história.