Bruxelas reage a acção militar e propõe sanções mais duras contra a Rússia

A presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, anunciou esta quinta-feira novas “sanções pesadas” contra a Rússia após a escalada da ofensiva militar russa na Ucrânia, avisando que o Presidente russo para “não subestimar” a União Europeia (UE).

“Estamos perante um ato de agressão sem precedentes por parte da liderança russa contra um país soberano e independente. O alvo dos russos não é apenas Donbass, o alvo não é apenas a Ucrânia, o alvo é a estabilidade na Europa e toda a ordem internacional de paz e responsabilizaremos o Presidente Putin por isso, pelo que, ainda hoje, apresentaremos um pacote de sanções pesadas e direcionadas aos líderes europeus”, anunciou Ursula von der Leyen.

Numa curta declaração à imprensa em Bruxelas, a responsável explicou que as novas medidas restritivas, que surgem menos de um dia após o aval formal a uma lista de 27 entidades e indivíduos, entre os quais o ministro da Defesa russo, visam “setores estratégicos da economia russa, bloqueando o acesso a tecnologias e mercados que são fundamentais para a Rússia”.

“Enfraqueceremos a base económica da Rússia e a sua capacidade de modernização e, além disso, iremos congelar os ativos russos na UE e impedir o acesso dos bancos russos aos mercados financeiros europeus”, visando, à semelhança do primeiro pacote de sanções, “afetar os interesses do Kremlin e a sua capacidade de financiar a guerra”, explicou.

“Não deixaremos que o Presidente Putin derrube a arquitetura de segurança que lhe tem dado paz e estabilidade ao longo de muitas décadas. Não permitiremos que o Presidente Putin substitua o lugar, o Estado de direito, pelo Estado de força, e a impiedade e ele não deve subestimar o resultado, e a força das nossas democracias”, disse.

“Sabemos que milhões de russos não querem a guerra e o Presidente Putin está a tentar fazer o relógio voltar aos tempos do Império Russo, mas ao fazê-lo, está a pôr em risco o futuro do povo russo”, condenou ainda Ursula von der Leyen, exortando o Kremlin (Presidência russa) a “parar imediatamente a violência e retire as suas tropas do território da Ucrânia”.