Paula Neves, antiga presidente da concelhia do PSD e vereadora municipal entre 2013 e 2017, faleceu a 8 de dezembro de 2017, com 45 anos, após doença prolongada.

No passado dia 14 de janeiro, dia em que assinalaria o seu 50.º aniversário, a União de Freguesias (UF) de Sintra apresentou o projeto daquele que será o futuro Parque Intergeracional Paula Neves, como forma de homenagem à autarca.

O jardim localiza-se na Rua Aviador Carlos Beck, em São Pedro Sintra, e a proposta apresentada contempla a instalação de equipamentos desportivos, o ajardinamento de uma parte do espaço, a colocação de iluminação com recurso a bateria alimentada por um painel solar, a manutenção das mesas e bancos já existentes e a colocação de uma placa toponímica. Um investimento não superior a 10 mil euros, conforme explicou Paulo Parracho, presidente da UF Sintra.

“Este é um espaço público, que pretendemos transformar em Parque Intergeracional e, simbolicamente, prestar homenagem à antiga vereadora da Câmara de Sintra, Paula Neves, que nos deixou precocemente. Neste dia, completaria o seu 50.º aniversário. Achámos que era a melhor maneira de a homenagear; aqui, bem perto da sua residência, criando um parque com motivos de sustentabilidade ambiental, com equipamentos para crianças e idoso, com iluminação auto-sustentável, permitindo ter iluminação noturna sem qualquer custo… tudo aquilo que a Paula defendia, não só na sua vida profissional, mas também não tempo que que esteve na Câmara Municipal de Sintra”, disse o autarca.

A ideia nasceu durante o anterior mandato, por iniciativa de José Carlos Domingues, após ter sido apresentado ao Orçamento Participativo da UF Sintra, que acabou por ser suspenso. O mesmo José Carlos Domingues, nas autárquicas de 2020, foi eleito para integrar o atual Executivo da União de Freguesias, que abraçou o projeto e o integrou nas opções do plano de orçamento para 2022, aprovado em Assembleia de Freguesia.

“Agora, vamos apresentar toda esta nossa ideia à Câmara Municipal de Sintra, desenvolver todo o processo junto da câmara, porque é a entidade proprietária do espaço – a junta só faz a manutenção do espaço. Vamos valorizar este recanto, com esse simbolismo de lhe atribuir o nome de Paula Neves”, acrescentou Paulo Parracho, acreditando que o processo irá ser célere, dada “a grande admiração que o senhor Presidente de Câmara tinha pela Paula Neves”.

A emotiva cerimónia, que contou com a presença da família de Paula Neves, terminou com uma salva de palmas em homenagem à falecida autarca.

Parque intergeracional Paula Neves

Com o propósito de homenagear “in memoriam” Paula Neves, a UF de Sintra, propõe-se uma intervenção no referido espaço verde, que consiste na colocação de uma coluna de iluminação pública autossuficiente, ou seja, dotado de um sistema de painel solar integrado que irá carregar uma pequena bateria, que por sua vez garante a iluminação durante todo o período noturno, pode ler-se na proposta apresentada pela UF de Sintra.

Por outro lado e como forma, de dinamizar a utilização do espaço verde, propõe-se a instalação de três equipamentos de desporto ao ar livre, adaptados a todas as idades.

“Ambas as intervenções estão interligadas com a forma de estar e o percurso profissional da Paula Sofia Barreirão Neves, por um lado a coluna de iluminação pública representa o seu trabalho na área da eficiência energética, enquanto os equipamentos de prática desportiva ao ar livre representam a disponibilidade que teve com a comunidade em encontrar soluções que chegassem a todas as gerações”, explica aquela autarquia.

A proposta de criação do “Jardim Intergaracional Paula Neves, pretende converter o pequeno espaço verde numa área de vários usos, com iluminação noturna que garanta maior segurança de pessoas e bens”.

Último texto publicado na rede social Facebook, por Paula Neves:

Paula Neves

“Por vezes oiço dizer que perante um grande sofrimento ou uma doença grave, Deus não existe ou que deixaram de acreditar nele.

Eu prefiro pensar que Deus nunca me abandonou. Prefiro pensar que se em cada 4 pessoas 1 sofre de cancro e nós cá em casa somos 4, ainda bem que fui eu! Sempre aceitei a minha doença. Enfim, cada um acredita ou vê as coisas como quer. Acredito que cada dia que para mim me parecia insuportável, Deus me deu força para o suportar. Descobri a família incrível que tenho, no apoio que me têm dado, descobri sobretudo um marido e companheiro a quem devo a força que tive, pelas noites que passou em claro segurando a minha mão e limpando as minhas lágrimas, pelas vezes que me leva ao colo quando já não tenho forças para “tentar” andar, por todas as vezes que está ao meu lado nas coisas básicas que ainda não consigo fazer. E Deus não existe?

Aprendi a nunca desejar que Deus me leve mesmo que pensemos que já não aguentamos mais. Aprendi que suporto o que tiver que suportar para poder ouvir nem que seja um só dia mais “bom dia mãe”.

Sintra Notícias com Jornal Correio de Sintra