Centro cultural de Cascais | Imagem: Google Maps

O Centro Cultural de Cascais vai inaugurar, entre 29 de janeiro e 12 de fevereiro, três exposições monográficas inéditas dedicadas ao arquiteto Victor Neves, à pintora Catarina Lucas e ao artista espanhol Pepe Barragán, foi hoje anunciado.

Dando início à programação desenvolvida para o ano de 2022, a Fundação D. Luís I e a Câmara Municipal de Cascais vão apresentar no Centro Cultural de Cascais três exposições dedicadas “a três expoentes da arte contemporânea ibérica”: desenhos de Victor Neves, a primeira grande O indivíduo de Catarina Lucas, e o trabalho de Pepe Barragán, representante do abstracionismo geométrico, revelou uma fundação, em comunicado.

A exposição a abrir ao público será “Nuclear-Perspectives”, de Victor Neves, que estará patente de 29 de abril de 30 de janeiro, no espaço da Capela, no edifício principal, e que pretende desafiar o visualizador a refletir sobre o que distingue a ação de ver e o ato de olhar.

Perspectiva do artista, ver é visão mecânica do olho ou olhar ultrapassa os limites da realidade e supõe uma ampliação da experiência, pelo que traça ao visitante que olhe para se desprenda dos limites dos seus 26 limites da realidade e transforme através da imaginação e da curiosidade.

Os próprios trabalhos são os limites do formalismo no desenho, desviam-se da perspectiva, da exposição, das proporções-se das leis. Não obedecem às regras da geometria nem à lógica da luz e das sombras. Mas a margem para que cada observador tenha uma experiência única e encontrada dentro da multiplicidade de possibilidades de sua imaginação, explica a fundação.

Nas palavras do arquiteto, “o objetivo dos desenhos que se pode ver nesta é desafiar os limites, exposição de si e do papel”.

No dia 5 de fevereiro, abre ao público a mostrar “Piso Lasso”, de Catarina Lucas, que estará patente no Piso 2 do Centro Cultural de Cascais, até ao dia 7 de maio, e que explora uma vertente experimental da sua produção artística, que incide sobretudo na técnica da pintura a óleo em tela, cartão e papel.

Como suas obras, de expressividade palpável, vivem muitas vezes numa dimensão emotiva em que uma dicotomia entre o feito e o desfeito, entre o frágil e o resistente é revelado através das texturas e das cores — castanho, azul, verde, amarelo –, e do movimento e da intensidade da sua pincelada.

A energia artista afirma “o manifesto prazer da criação que atravessa estas obras é fruto de um processo pessoal e introspetivo que, desprovido de convencionalismos, explora a angústia do tempo através dos instrumentos de pintura”.

A pintura de Catarina Lucas revela uma criatividade livre, espontânea e simultaneamente incisiva, emocional que se percebe pelas palavras da Leonor Amaral, segundo as quais “mais do que corresponde à demanda do concreto, estas obras estão situadas no domínio da experimentação , por uma conduta de liberação, por estímulo, estimulação”.

A terceira exposição a abrir ao público é do pintor e galerista Pe Barragán, que tem a inauguração no dia 12 de fevereiro e se mantém a 29 de maio, no piso 0 do Centro Cultural de Cascais.

“Ritmo e variações” consiste em 35 obras realizadas em óleo sobre tela ou sobre papel de diversos formatos, evidenciando “a destreza do artista cuidada das suas composições na estrutura entre as linhas e os planos que remetem para uma composição musical numa composição partitura”, descreve o comunicado.

Nestas obras, Barragán investiga a relação e o ritmo entre as cores e as formas ao explorar a ténue fronteira em que um objeto simples se transforma numa obra de arte.

Um dos trabalhos apresentados “impressiona pela sua dimensão”: é formado por 13 telas individuais de 100x70cm, que se unem para formar uma obra.

A forte presença dos quadros de Barragán revela-se através de linhas, quadrados, configuração para geometria, polígonos e círculos que se aproximam e se sobrepõem em traduções e giros axiais que alcançam a simetria e o movimento tmico que também se evidencia através dos círculos com como núcleos e os contrastes.

As pinturas de Barragán que dá forma à sua obra e que é pouco habitual neste tipo de pintura”, descreve a fundação.

“Destaca-se a minuciosidade com que o pintor trabalha o fundo das suas telas, a precisão com que demarca os blocos de cor e exploração cromática que utiliza tons de ocre, bege e cinza em contraste com o preto e o vermelho”, acrescenta.

Lusa
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