Ceija Stojka, Where are our gypsies?, 1995. Courtesy of the Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía, Madrid

Inserida no programa “Celebração da Cultura Rom”, o LEFFEST apresenta pela primeira vez em Portugal, no MU.SA – Museu das Artes de Sintra uma exposição da artista Ceija Stojka, numa colaboração com a sua família.

No decorrer da exposição, que inaugura no dia 14 de novembro, pelas 13h00, haverá ainda leituras de textos de Ceija Stojka e serão exibidos os filmes Ceija Stojka e Unter den Brettern helgrünes Gras, de Karin Berger, realizadora austríaca que também foi responsável pela edição de alguns dos seus livros, e que falará sobre esta artista e a sua obra.

A obra de Ceija Stojka (1933-2013), artista Rom austríaca que aos 12 anos foi libertada de um campo de concentração nazi, está a ser uma das mais extraordinárias descobertas na Europa nos últimos anos, com as grandes exposições de Marselha (La Friche la Belle de Mai, 2016), Paris (La Maison Rouge, 2019), Madrid (Museu Reina Sofia, 2020) e Malmö (Konsthall, 2021). 

A sua obra foi ainda exibida em diversas exposições coletivas, na Europa e na América do Sul. Esteve também representada na ARCO, em Madrid, em 2020.

Ceija Stojka foi transferida para cada um dos três campos de concentração quando tinha 12 anos – Auschwitz, Ravensbrück e Bergen-Belsen. Esta pintura, Ohne Titel (Sem título) (2003), é um relato raro e doloroso da experiência romani do Holocausto, contada quase 60 anos depois.



As suas pinturas dividem-se em dois eixos distintos: o primeiro, a que poderíamos chamar o das “pinturas leves”, são as memórias dos tempos felizes antes do deflagrar da guerra, nas quais ela desenha e pinta a vida nas caravanas, a família, as feiras e a natureza; o segundo, que poderíamos designar o das “pinturas sombrias”, mostra-nos a perseguição aos Rom durante a ocupação nazi, com as prisões, a opressão, as atrocidades e a tortura, o extermínio, a sobrevivência e, finalmente, a libertação.

Imagens: updateordie.com