A Câmara de Sintra aprovou esta terça-feira, em reunião de Câmara, uma proposta apresentada pelo vereador do Chega, Nuno Afonso para a “realização de uma celebração solene do 25 de Novembro de 1975 em Sintra”, homenageando o Regimento de Comandos da Amadora, “bem como todos aqueles que contribuíram para que hoje possamos festejar a liberdade”.
Moção apresentada pelo vereador Nuno Afonso contou com os votos favoráveis do PSD e CDS-PP e foi viabilizada pela abstenção do PS. Só o vereador da CDU votou contra a celebração do 25 de Novembro.
Em jeito de resposta, Pedro Ventura (CDU) começou por sugeriu ao vereador do Chega a leitura de “documentação recente” de 2016, através da leitura do livro “Quando Portugal Ardeu”, de Miguel Carvalho que reúne testemunhos de gente conhecida, com “histórias e segredos da violência política do pós 25 de abril”.
Entre outras considerações, Pedro Ventura justificou o voto contra, citando declarações do General Ramalho Eanes, proferidas em Manila em 2015, à TDM (Televisão de Macau), na sequência da cerimónia de atribuição do Prémio Internacional da Paz da Fundação Gusi Peace Prize: ‘O 25 de Novembro de 1975, foi um momento fraturante e eu entendo que não devemos comemorar. Os Momentos fraturantes não se comemoram, recordam-se apenas para refletir sobre eles. No caso do 25 de Novembro, devíamos refletir porque é que nós portugueses com séculos e séculos de história, com uma unidade nacional feita de uma cultura distintiva profunda, porque é que chegamos aquela situação, à beira da guerra civil’, citou.
No texto da moção pela instauração da celebração solene, apresentada por Nuno Afonso, lê-se que “esteve prestes a vingar em Portugal a estratégia que visava colocar o nosso país sob a tutela de um regime autoritário à imagem da então existente e hoje já defunta União Soviética”, sendo então “fundamental a pronta reação dos militares democratas ao golpe preparado para o dia 25 de Novembro pelos militares próximos do PCP e da extrema-esquerda”.
Referindo-se em concreto à intervenção do Regimento de Comandos da Amadora, sob o comando de Jaime Neves, “e de vários outros corajosos democratas” nessa data de 1975, o vereador eleito pelo Chega defendeu na proposta aprovada em reunião de Câmara, considerando que desse modo se evitou “o primeiro passo para a substituição de um regime autoritário por um regime totalitário tal como os que hoje sufocam países como Cuba, a Coreia do Norte ou a Venezuela”.
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