Uma seleção de 104 obras da Coleção de Arte Norlinda e José Lima, com peças de artistas como Paula Rego, Julião Sarmento, Cindy Sherman e Damien Hirst, vai estar exposta a partir de sábado no Centro Cultural de Cascais.

A exposição tem por título “Entre as Palavras e os Silêncios – Obras da Coleção Norlinda e José Lima”, resulta de uma iniciativa da Fundação D. Luís I e da Câmara Municipal de Cascais no âmbito da programação do Bairro dos Museus, e vai ficar patente até 06 de fevereiro de 2022.

Com curadoria de Luísa Soares de Oliveira, ensaísta e crítica de arte, e com a colaboração de Andreia Guimarães, diretora do Centro de Arte Oliva, em São João da Madeira, a mostra reúne 104 obras, entre pinturas, desenhos, fotografias, esculturas e instalações, realizadas por artistas contemporâneos, portugueses e estrangeiros, muitas delas nunca antes mostradas em Cascais ou Lisboa.

Andy Warhol, Rui Chafes, Júlio Pomar, Victor Vasarely, Helena Almeida, Mário Cesariny, Graça Morais, Amish Kapoor, Adriana Varejão, entre outros artistas, terão as suas obras expostas em Cascais, revelando a diversidade desta coleção de arte privada em termos estilísticos, temporais e geográficos.

Iniciada há mais de 40 anos pelas mãos do empresário português da indústria do calçado José Lima, a Coleção Norlinda e José Lima, com cerca de 1.300 obras de 480 artistas de todo o mundo, com maior concentração de obras realizadas nos últimos 40 anos, é considerada uma das mais significativas e abrangentes coleções de arte privada do país.

As obras selecionadas por Luísa Soares de Oliveira para esta exposição “contextualizam a coleção sob o tema do dualismo entre o discurso e o silêncio na arte contemporânea”, segundo um texto divulgado hoje pela organização.

“Desde a época moderna, com a sua tónica colocada no sujeito, pode dizer-se que a arte se articula entre a vontade de estabelecer uma narrativa e a utopia da ausência de interpretação, ou seja, o silêncio”, indica o mesmo texto da curadoria.

A exposição ocupará os dois pisos do Centro Cultural de Cascais destinados à apresentação de exposições temporárias.

“A arte contemporânea é também caracterizada pela liberdade intrínseca ao ato da criação e da apreciação da arte. O público é livre para eleger os seus instrumentos de compreensão da expressão artística, e é ao exercício desta liberdade que esta exposição pretende responder”, salienta a curadora.

Na sua construção voltada para a arte contemporânea, a Coleção Norlinda e José Lima percorre o panorama da produção artística nacional e internacional do último século, com obras produzidas entre 1926 e 2019, compreendendo diversas formas de expressão, criatividade e processos artísticos.

“Entre as Palavras e os Silêncios — Obras da Coleção Norlinda e José Lima” reúne ainda obras de expoentes da arte portuguesa como João Pedro Vale + Nuno Alexandre Ferreira, o colectivo Musa Paradisíaca, Fernando Calhau, Gaëtan, Joaquim Bravo, entre outros, artistas estrangeiros como Nan Goldin, Sol LeWitt, Henri Michaux e Andres Serrano.

“Entre as Palavras e os Silêncios — Obras da Coleção Norlinda e José Lima” será inaugurada no sábado com a presença dos colecionadores e da curadora, e ficará patente de terça-feira a domingo, das 10:00 às 18:00.