Há uma lição que muitos deveriam aprender com o Vice-Almirante Gouveia e Melo – quem desempenha funções públicas é um SERVIDOR, está ali para SERVIR OS OUTROS e tudo fazer para cumprir com os objetivos propostos. Bem sei que parece uma evidência – mas acreditem que, infelizmente, não é.
O que as pessoas generalizadamente elogiam em Gouveia e Melo é precisamente aquilo que muitas vezes não encontram noutros “servidores do Estado”, nomeadamente em políticos eleitos – honestidade, entrega, humildade, cumprimento de objetivos. Servir – jamais SERVIR-SE!
Obviamente que há muitas e assinaláveis excepções e qualquer labéu generalizado também será do domínio da tolice ou da demagogia fácil. Mas isso não pode constituir alibi para que continuem a existir (ainda) demasiadas situações em que o habilidoso seja escolhido em detrimento do conhecedor, o “aparelhista” em detrimento de quem atua por convicções, o filho de boas famílias, mesmo que ignorante, em detrimento do filho de gente humilde ainda que brilhante. Este é um tema fulcral para a Democracia. Ignorá-lo ou reduzi-lo é alimentar a fogueira do populismo anti-democrático, o sentimento “anti-Política”, a consagração de novos oportunistas travestidos de “homens providenciais”.
Veja-se e reveja-se o EXEMPLO do Vice-Almirante Gouveia e Melo – e faça-se realmente alguma coisa para regenerar o nosso sistema político e os seus atores, limpando o bafio acumulado, abrindo janelas de esperança, mostrando que SERVIR deve ser a regra e não a excepção, como infelizmente vamos vendo há demasiado tempo.
António Luís Lopes
