Há muito tempo que Sintra se apresenta como um dos polos de habitação para quem trabalha em Lisboa. E Basílio Horta, em vez tornar o Concelho atrativo para os seus habitantes, dinamizando-o e desenvolvendo-o para torná-lo atractivo, parece comprazer-se em apresentar de Sintra a face de uma pobreza de “cara lavada” para que os seus mandatos passem sem ter de se aborrecer muito. Ora isto não faz qualquer sentido.
O passado histórico de Sintra podia tê-lo inspirado numa direção diferenciadora, desligada da posição habitual, comum aos executivos do Centrão PS e PSD. Uma posição que foi sendo assumida há décadas.
O primeiro sinal de alarme que senti foi ao saber que a Farmácia da Vila ia fechar. Foi na tão nefasta era de Seara e constituiu um dos primeiros avisos para eu sair da Vila. Com alguma tristeza, mas com um sentimento de inevitabilidade, mudei-me para Albarraque onde tinha a casa que fora dos meus pais. A casa onde fui jovem e cresci para a vida adulta.
De Sintra, tão próxima, fui vendo a decadência de uma Vila histórica de tradição riquíssima, em galopante descaracterização, onde, hoje, já nem os quiosques da Estação de Comboios vendem jornais e revistas como outrora.
A pouco e pouco estamos a repetir a rábula dos pasteis de bacalhau, “olhe pasteis de bacalhau não temos mas se quiser dar umas voltas de Tuk Tuk é só subir”, e olhe que estes não são como os de Lisboa que nem se ouvem, estes são mesmo a “sério” e estão proibidos por todo o lado, dão cabo dos tímpanos e fazem uma fumarada de tossir.
E assim se foi Sintra descaracterizando, passando de Vila histórica para Vila dormitório, guardando apenas, e já é muito, uma parte do seu cenário lindíssimo de postal tridimensional turístico, mas perdendo o carácter a tal ponto que já está em vias de perder a alma.
É esta trajectória que pretendemos reverter. Como? Criando Centralidades, polos de atração com conteúdos vivos, fruto das vivências que só as pessoas lhe podem imprimir, e que sejam aprazíveis de visitar por toda a gente. A começar pelos portugueses. Com circuitos que ultrapassem o perímetro da Vila e que se estendam prazerosamente às restantes “capitais de freguesia”.
Miguel Santos (PAN)
ESPAÇO DE OPINIÃO
- Basílio Horta (PS): “Defender quem vive, trabalha e investe no concelho de Sintra”
- Bruno Góis (BE): “Sintra pode ser uma referência nacional”
- Guilherme Leite (Nós, Cidadãos!): “Sintra não pode continuar a ser o mar das Caraíbas”
- Miguel Santos (PAN): “Porquê, Mudar?”
- Nuno Afonso (Chega): “Eu sou daqui”
- Paulo Carmona (Iniciativa Liberal): “Porque me candidato”
- Pedro Ventura (CDU): “Votar na CDU é acreditar num futuro melhor”
Nota de Redação:
O SINTRA NOTÍCIAS em parceria com o Jornal CORREIO DE SINTRA, convidou os oito candidatos à presidência da Câmara Municipal de Sintra, às eleições autárquicas de 26 de setembro, a apresentar algumas das razões e motivos na origem das suas candidaturas.
A candidatura de Ricardo Baptista Leite, que integra a coligação “Vamos Curar Sintra” (PSD/CDS-PP, A, MPT, PDR, PPM, RIR) foi a única força política que não respondeu afirmativamente ao desafio, apesar da insistência.
Quisemos deixar aqui o devido esclarecimento público e ao mesmo tempo manifestar o nosso pedido de desculpa aos leitores, pela ausência de opinião da candidatura, que somos alheios.
Um agradecimento à disponibilidade e espírito de colaboração das candidaturas de Basílio Horta (PS); Pedro Ventura (CDU); Bruno Góis (BE); Paulo Carmona (Iniciativa Liberal); Nuno Afonso (Chega); Guilherme Leite (Nós, Cidadãos!) e Miguel Santos (PAN).