A Direção-Geral da Saúde (DGS) recomendou hoje a administração de vacinas contra a covid-19 em crianças entre os 12 e os 15 anos com comorbilidades.

“A Direção-Geral da Saúde reitera a importância de continuar a vacinação contra a covid-19 de pessoas com 16 ou mais anos de idade e recomenda a vacinação maioritária dos adolescentes com 12 aos 15 anos idade com comorbilidades associadas a doença grave”, anunciou hoje Graça Freitas durante a conferência de imprensa sobre as conclusões do parecer da Comissão Técnica de Vacinação para a Covid-19.

“A vacinação em massa das pessoas com mais de 16 anos é arma para proteger as crianças”, disse ainda.

A responsável afirmou também que precisa de mais dados para recomendar a vacinação universal dos jovens entre os 12 e os 15 anos. Todavia, salientou que fica aberta a vacinação aos adolescentes nestas idades que assim o entenderem, mediante pedido médico.

“Para já, mesmo que recomendássemos a vacinação universal, nenhum jovem ia ser vacinado”, reforçou Graça Freitas, uma vez que tal estaria dependente das restantes faixas etárias ainda por vacinar. Assim, tal aconteceria apenas “daqui a cerca de três semanas”.

A diretora da DGS lembrou igualmente que na União Europeia só estão disponíveis duas vacinas (da Moderna e da Pfizer) para os jovens destas idades e que “se aguardam dados de estudos” de países que já começaram a vacinação nestes jovens.

“A vacinação da faixa etária dos 12 aos 15 anos [na Europa] ou ainda não começou — mesmo nos países que já a recomendam — ou começou há muito pouco tempo, pelo que ainda não é possível saber se temos ou não temos miocardites e pericardites [doenças cardiovasculares] nesta faixa etária. Aguardam-se resultados da vacinação a curto prazo”, justificou.

Em Portugal, esta faixa etária, frisou, é composta por 410 mil pessoas e “estima-se que muitas já têm imunidade”, segundo dados providenciados pelo Instituto Dr. Ricardo Jorge (INSA).

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