Na apresentação da candidatura às próximas eleições autárquicas à Câmara Municipal de Sintra (CMS) pelo Bloco de Esquerda (BE), Bruno Góis escolheu a Tapada das Mercês, na freguesia de Algueirão Mem Martins, para defender a criação de um programa municipal de habitação para responder à crise nesta área. Já Tânia Russo, candidata à Assembleia Municipal de Sintra (AMS), lembrou que um quarto da população sintrense não tem médico de família.

Bruno Góis, começou por afirmar que “Sintra é a casa de muita gente, é a nossa casa”. Um dos principais temas da sua campanha é a crise habitacional e o candidato bloquista entende que “o direito à habitação e à qualidade de vida são centrais para um programa de progresso social e ambiental”.

“A crise da habitação que estamos a viver é grande, as rendas estão altas e os salários são baixos. Quem paga prestações ao banco teme o fim das moratórias, teme ficar sem casa”, sublinhou Bruno Góis.

O candidato do BE à Câmara de Sintra defende a criação de um programa municipal de habitação e denuncia que “atualmente, menos de 1% das casas são de propriedade do Município de Sintra e a nível nacional os números também não são positivos”. 

“A Câmara deve comprar, construir e reabilitar casas para depois arrendar a um custo que os jovens e as pessoas com baixos rendimentos possam pagar”, vincou Bruno Góis.

Mais de 96 mil sintrenses sem médico de família

Por sua vez, Tânia Russo, candidata do BE à Assembleia Municipal de Sintra, começou por afirmar que não tem experiência autárquica, mas tem anos de associativismo e de dirigente sindical.

A médica e candidata do Bloco disse que “quando existem mais de 96 mil sintrenses, um quarto da população do concelho, sem médico de família, há alguém que fica para trás”.

Tânia Russo quer Sintra com “políticas inclusivas, políticas solidárias e justas”, mas também defende uma Sintra “saudável, com espaços urbanos feitos para as pessoas, com zonas verdes e espaços de lazer, onde seja agradável estar”.

“Não queremos um município ferido por desigualdades e injustiça social. Em Sintra devem caber todas as nacionalidades, todas as culturas, todas as profissões, todas as idades, todas as orientações sexuais e todos os géneros”, concluiu a candidata do Bloco à Assembleia Municipal.

Catarina Martins esteve presente

A apresentação da candidatura autárquica do Bloco de Esquerda em Sintra contou também com a intervenção de Catarina Martins. “Não é coisa pouca que haja um partido que se bata pelos apoios de todas e todos os que precisam”, afirmou.

A coordenadora bloquista referiu que “os apoios são geridos pela autarquia e excluem os trabalhadores migrantes que não têm a sua situação regularizada e não há nenhuma lei que obrigue a isto, é uma opção autárquica. É por isso que quando o Bloco de Esquerda se apresenta às eleições autárquicas dizendo que queremos responder à pandemia e não deixar ninguém para trás, sim, estamos a falar das responsabilidades do poder local”.

Catarina Martins explicou que “estamos nesta campanha para dar resposta às crises do nosso país e sabemos que o poder local tem responsabilidade na sua resposta”.

Sintra Notícias com Lusa