Rui Costa, que assumiu a presidência do Benfica, após Luís Filipe Vieira ter suspendido o mandato, face ao processo ‘Cartão Vermelho’, disse hoje que está ciente da “responsabilidade assumida” e do que os benfiquistas esperam de si.

“Assumo esta liderança com o mesmo orgulho, a mesma paixão e compromisso com que vesti a camisola do nosso Benfica. Decidi fazer a minha apresentação, enquanto presidente, no meio do relvado, onde com a nossa camisola vivi os momentos mais felizes da minha vida. Sei da responsabilidade que hoje assumo e o que os benfiquistas esperam de mim, de quem está nesta posição. Tudo farei e tudo darei de mim para que o clube seja cada vez maior”, explicou Rui Costa, durante uma declaração sem direito a perguntas da comunicação social, no relvado do Estádio da Luz, em Lisboa.

O antigo futebolista dos ‘encarnados’ indicou, depois, que a “prioridade” passa pela preparação das épocas desportivas do futebol e das modalidades, alertando que os “tempos são desafiantes e não de visões”.

“Os tempos são desafiantes, mas não são tempos de visões. São tempos de nos unirmos em prol do que é mais importante, o Sport Lisboa e Benfica. A nossa prioridade, hoje, é a preparação das épocas desportivas, quer do futebol quer das modalidades. E temos de o fazer com a maior das ambições. Este será sempre o meu foco e o meu lema: ganhar”, prosseguiu.

A terminar, Rui Costa transmitiu uma mensagem de “confiança” aos colaboradores e parceiros, mas foi aos sócios que endereçou as palavras mais fortes: “Saberei ouvir as mensagens dos benfiquistas, pondo sempre os interesses do clube à frente de qualquer coisa que apareça. Serei sempre um de vocês. Quero um Benfica forte, unido e trabalharei diariamente para que isso aconteça”.

Luís Filipe Vieira, de 72 anos, é uma das quatro pessoas detidas, sob suspeita de estar envolvido em “negócios e financiamentos em montante total superior a 100 milhões de euros, que poderão ter acarretado elevados prejuízos para o Estado e para algumas das sociedades”.

O empresário comunicou hoje a suspensão do exercício de funções como presidente do Benfica, “com efeitos imediatos”, por intermédio do seu advogado, à porta do Tribunal Central de Instrução Criminal, em Lisboa, onde aguardava para ser presente a primeiro interrogatório judicial, no âmbito da operação ‘cartão vermelho’.

Em causa estão “factos ocorridos, essencialmente, a partir de 2014 e até ao presente” e suscetíveis de configurar “crimes de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação, fraude fiscal e branqueamento”.

Para esta investigação foram cumpridos cerca de 45 mandados de busca a sociedades, residências, escritórios de advogados e uma instituição bancária em Lisboa, Torres Vedras e Braga. Um dos locais onde decorreram buscas foi a SAD do Benfica que, em comunicado, adiantou que não foi constituída arguida.

No mesmo processo foram também detidos Tiago Vieira, filho do presidente do Benfica, o agente de futebol Bruno Macedo e o empresário José António dos Santos, conhecido como ‘o rei dos frangos’.

Lusa