Jerónimo de Sousa em Mem Martins acompanhado por Pedro Ventura, candidato da CDU à Câmara de Sintra | Foto: arquivo

O secretário-geral do PCP apelou esta quinta-feira, à recuperação do sentido “democrático, universal e solidário” do Serviço Nacional de Saúde (SNS), insistindo que atualmente “uma das poucas certezas” sobre a pandemia é que a “solução mais sólida” é a vacinação.

Jerónimo de Sousa participou numa tribuna pública, sob o lema “Mais SNS, mais e melhor Saúde”, em frente ao Centro de Saúde de Algueirão – Mem Martins, no concelho de Sintra, equipamento inaugurado no passado dia 25 de abril.

Para o secretário-geral dos comunistas, as medidas de combate à pandemia “não podem estar dependentes apenas de critérios epidemiológicos, em que pequenas oscilações em relação ao número de incidências determinam o confinamento, o desconfinamento e o volta a confinar, numa sucessão de opções erradas que estão a criar grandes dificuldades nos planos económico e social”, quando “hoje uma das poucas certezas existentes sobre a epidemia e a sua evolução é que a solução mais sólida e mais eficaz no combate à doença é a vacinação”.

“E por isso perguntamos: como é possível que no atual quadro epidémico, em que a intervenção prioritária deve ser no sentido de garantir a segurança sanitária do povo português, objetivo no qual a vacinação assume um papel decisivo, a União Europeia e o Governo português mantenham uma postura de rejeição à aquisição diversificada de outras vacinas já reconhecidas pela OMS [Organização Mundial de Saúde], o que está a fazer com que o processo de vacinação esteja a acumular sucessivos atrasos?”, questionou.

Jerónimo insistiu na necessidade de “vacinar todos e rapidamente”, na testagem e rastreio, medidas que “reclamam do Governo, para além da aquisição de outras vacinas, a contratação de mais profissionais com o objetivo de permitir o pleno funcionamento dos centros de vacinação existentes e de outros a criar”, bem como “a contratação de mais profissionais dos mais de 500 em falta na estrutura de saúde pública a fim de garantir o rastreio de novos casos”.

“Defender o SNS é inverter esse caminho que tem sido seguido, recuperando o sentido democrático, universal e solidário da sua matriz original”, sustentou.

Para o líder do PCP, o “continuado ataque promovido por sucessivos governos PS, PSD e CDS ao SNS, tem assumido formas muito diversas de subfinanciamento, descoordenação, fragmentação e privatização de serviços e unidades”, resultando na “perda de direitos e garantias” dos profissionais de saúde, o aumento de custos ou o agravamento de doenças crónicas, problemas que se intensificaram com a covid-19.

A nível local, Jerónimo lamentou que “depois de uma década de uma gestão danosa do interesse público e das populações dos concelhos da Amadora e Sintra, por parte do Grupo Mello, do Hospital Fernando da Fonseca” o Governo venha “com uma solução de um hospital com 60 camas que não resolve nenhum dos bloqueios há muito conhecidos no Amadora/Sintra, decisão contrária à que o Plano Diretor da Área Metropolitana de Lisboa apontava, de um hospital de 300 camas, o que vem confirmar que nesta decisão esteve presente sobretudo o interesse dos grupos económicos”.

Presente na sessão, o candidato da CDU (Coligação Democrática Unitária) à Câmara Municipal de Sintra, Pedro Ventura, salientou que a pandemia veio agravar a procura de cuidados de saúde e por isso, “impõe-se que seja imediatamente construído um hospital em Sintra com mais de 300 camas de internamento”, criticando a “inoperância por parte do Governo” e as “promessas sucessivas” em vários atos eleitorais.

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