Música clássica de volta a Mafra para honrar a memória de Filipe Sousa

O Festival de Música de Mafra “Filipe de Sousa” dedica esta quinta edição a Marrocos. É o regresso da festa da música clássica, adiada no ano passado por causa da pandemia. Festival decorre presencialmente e em segurança mas todos os concertos serão também transmitidos em direto no Facebook.

Os pianistas portugueses Adriano Jordão e Pedro Burmester, o guitarrista Pedro Jóia, a primeira violoncelo Irene Lima, a violinista Ana Pereira, concertino da Orquestra Metropolitana de Lisboa, o pianista romeno Jeffery  Macsim, o alaudista marroquino Haj Younes, o pianista turco Guksin Onay e o italiano Marco Braulin são as cabeças de cartaz nacionais e internacionais do V Festival de Música de Mafra “Filipe de Sousa”.

Com início marcado para este fim de semana, o festival volta a ser organizado pela Fundação Jorge Álvares e pela Câmara Municipal de Mafra e estende-se até 26 de junho, dedicado este ano a Marrocos.

Coincidindo com o encerramento da Semana do Município, o Festival de Música de Mafra “Filipe de Sousa” tem este fim de semana uma abertura em grande estilo. No sábado, o Claustro Sul do Real Edifício acolhe às 21h30, o Concerto Inaugural, que contará com obras do compositor português Joly Braga Santos, de Mozart e Prokofiev, interpretadas pelos pianistas Adriano Jordão e Armando Mota.

No dia seguinte, às 18h00, no mesmo local, é a vez do consagrado Pedro Burmester tocar em Mafra “Improvisos e Prelúdios”, constituído por um repertório clássico de grande qualidade. “Acreditamos que será um grande fim de semana, com duas propostas muito interessantes para os nossos espectadores, quer os que vierem ter connosco, quer os que ficarem em casa a assistir”, afirma Adriano Jordão, que volta este ano a ser assumir as funções de diretor artístico do Festival, numa referência a uma das novidades deste ano: é que todos os concertos, além de abertos ao público no respeito escrupuloso das regras impostas pela Direção-Geral da Saúde, serão também transmitidos em direto via streaming no Facebook.

A Sala dos Actos Literários do Real Edifício recebe no dia 22, às 21h30, um programa de Música de Câmara sobre Beethoven, que reúne além de Adriano Jordão ao piano, a violoncelista Irene Lima, primeiro violoncelo da Orquestra Sinfónica do São Carlos e na Orquestra Sinfónica Portuguesa, e ainda a violinista Ana Pereira, concertino da Orquestra Metropolitana de Lisboa.

Adriano Jordão, diretor do Festival de Música de Mafra “Filipe de Sousa”

“Depois do cancelamento da edição do ano passado, e apesar deste último ano de pandemia, que nos obrigou a um confinamento difícil e à mudança de programação devido, por exemplo, à suspensão das viagens de avião, creio que temos um programa muito interessante, com propostas capazes de atrair espectadores a Mafra”, acredita o diretor do Festival, que recorda que “a cultura é segura” e que “o público é sempre fundamental para este tipo de iniciativas”. “Tivemos de mudar de salas, para ter espaços mais arejados e com capacidade para cumprir as diretrizes da DGS, mas valeu a pena, porque assim reforçámos ainda mais a segurança dos nossos músicos e espectadores”.

O Festival de Música de Mafra volta a ter o nome de Filipe de Sousa, compositor, pedagogo e investigador português, falecido em 2006, e que teve uma grande importância na divulgação da música clássica na televisão portuguesa. Filipe de Sousa, que residia no concelho de Mafra, integrou o Conselho Consultivo da Fundação Jorge Álvares, tendo doado à Fundação a sua propriedade de S. Miguel de Alcainça (Mafra), bem como a sua biblioteca, coleções de arte e espólio musical.

“Para quem o conheceu bem, como eu, ele continua a ser uma referência na história da música portuguesa, tendo desempenhado um papel muito relevante, mas para quem já nasceu no século XXI, o Filipe de Sousa tende a ser esquecido. É isso que a Fundação Jorge Álvares e a Câmara de Mafra querem evitar. E por isso este Festival batizado desde o início com o nome dele”, sublinha Adriano Jordão.

Eis a restante programação:

Dia 29 de maio | 21h30
> Casa de Cultura Jaime Lobo e Silva | Ericeira
“Harmonies du Soir”
Jeffery Macsim (piano)

Dia 05 de junho | 21h30
> Auditório Municipal Beatriz Costa | Mafra
“Concerto para 2, 4, 6 e 8 mãos”
Adriano Jordão (piano) | António Luís Silva | Eduardo Jordão | João Elias Soares | Tiago Nunes (piano)

Dia 13 de junho | 18h00
> Casa de Cultura Jaime Lobo e Silva | Ericeira
“Tarde Marroquina – O Oriente encontra o Ocidente”
Haj Younes (alaúde) | Pedro Jóia (guitarra)

Dia 19 de junho | 21h30
> Casa de Cultura Jaime Lobo e Silva | Ericeira
“Quadros de uma Exposição”
Marco Braulin (piano)

Dia 26 de junho | 21h30
> Biblioteca do Palácio Nacional | Mafra
“Chopin para Saramago”
Gulsin Onay (piano)