Festival de Sintra: O Reencontro – Musica, Bailado e Património

O 55º Festival de Sintra, no Palácio Nacional de Queluz, sob o signo do Reeencontro, realiza-se entre 10 a 29 de junho.

Gabriela Canavilhas diretora do Festival e Basílio Horta, presidente da Câmara de Sintra na apresentação do Festival de Sintra, no Palácio de Queluz

A Câmara de Sintra apresentou, esta quarta-feira, no Palácio Nacional de Queluz, a 55ª edição do Festival de Sintra, com um programa diversificado que alia música, bailado e património, sob o mote do “Reencontro”. 

De 10 a 29 de junho, o Festival traz a Sintra grandes nomes do panorama nacional e internacional e ficará marcado, igualmente, pelo regresso da dança e dos bailados a Seteais.  Sob o signo do “Reencontro”, o Festival de Sintra pretende celebrar a vida e o reencontro da fruição da arte ao vivo, em Património e na Natureza, no território histórico e natural que comemorou em 2020 o 25º aniversário da sua inscrição como Património da Humanidade pela UNESCO. 

Durante a apresentação, o presidente da Câmara Municipal de Sintra, referiu que “após o ano de 2020, não há melhor forma de reencontro que juntar música, bailado e património.” Basílio Horta acrescenta ainda que “este encontro pretende ser alegre, expansivo, inclusivo, marcado pela união que a cultura traz, sublinhando que “o festival é tão eclético, porque olha para todos e tenta satisfazer o maior número de pessoas”, concluindo que “o mais importante é a descentralização do festival, que vai às escolas, às sociedades e às freguesias. É por aqui que temos de ir e fazer de Sintra aquilo que Sintra é, ir onde as pessoas estão e onde as pessoas merecem.”

Gabriela Canavilhas, diretora artística do Festival salienta que, “este ano as artes se conjugam no palco e reencontram-se novamente em Sintra, indo ao encontro do seu património. Pretende-se com este programa celebrar a vida, depois dos momentos controversos vividos no passado.”

[atualizada]

Programa

Com uma programação marcada pela tradição de incluir grandes artistas da cena internacional e de ombrear com importantes festivais internacionais, destaque-se a presença de DIANA DAMRAU (10/6) no concerto de abertura do Festival, considerada “maior soprano coloratura do mundo”, a “diva divina” entre muitos encómios entusiastas da imprensa internacional.

Será a sua estreia em Portugal com um programa dedicado a “Reis e Rainhas da Ópera”, um momento imperdível para os amantes do canto lírico e para a história do Festival de Sintra.

O recital da meio soprano ANNE SOFIE VON OTTER (23/6) será outro dos momentos inesquecíveis da 55ª edição do Festival de Sintra: aclamada internacionalmente ao longo da sua longa carreira, a cantora tem uma discografia inigualável de mais de 100 CDs; gravou 20 anos em exclusividade para a Deutsche Grammophon; ganhou 2 Grammy Awards; a versatilidade do seu trabalho juntou-a a músicos tão diversos como Carlos Kleiber, Claudio Abbado e Giuseppe Sinopoli, a Elvis Costello, Brad Mehldau e Rufus Wainwright III. Virá presentear-nos com um itinerário de canções europeias que refletem o seu ecletismo.

A tradição pianística está representada este ano com o extraordinário recital do pianista PIOTR ANDERSZEWSKI (16/6), num programa inteiramente dedicado ao “Cravo Bem-Temperado” de J.S. Bach, na versão do próprio pianista, sempre inovador e exploratório de novas sonoridades.

Destaque-se ainda a presença em Portugal do quarteto vocal BARBARA FURTUNA, que nos apresentará o canto da Córsega, repertório único baseado nas tradições sacras e profanas da ilha (19 e 20/6).

A Dança tem um espaço de eleição este ano: o BAILADO EM SETEAIS (26 e 27/6) regressa a Sintra, na tradição das memoráveis Noites de Bailado e a dança contemporânea surge pela COMPANHIA PORTUGUESA DE BAILADO CONTEMPORÂNEO com Amaramália-in memoriam, de Vasco Wellenkamp (18/6).

Numa parceria com o concelho vizinho, o Festival viaja até à Basílica do Palácio Nacional de Mafra para a apresentação integral dos Matuttini de’ Morte de João Domingos Bomtempo (1775-1842), o mais importante compositor português do século XIX e lutador pela causa constitucional, obra que será gravada para edição em 2022, por ocasião das celebrações do 200º aniversário da 1ª Constituição Portuguesa e do 200º aniversário da estreia da obra.

Trata-se da recuperação de uma obra importante do Património português de que não existe gravação, para a qual o Festival de Sintra se associa. Serão intérpretes o Coro e Orquestra do MPMP, dirigidos por Jan Wierzba e 6 solistas.

A descentralização territorial e os projetos educativos continuam a refletir-se na programação do Festival de Sintra. Em 2021, a COMPANHIA OPERA ISTO, dirigida pelo tenor Mario Alves, vai levar a escolas do concelho “A Flauta Mágica vista da Lua”, a partir de Mozart (14 e 15/6) e apresenta na Quinta da Regaleira “Serena Serenata” (13/6), uma encenação enquadrada nos jardins daquele espaço mágico.

Também um recital André Gaio Pereira (violino) e Raúl da Costa (piano) na Sociedade Recreativa e Musical de Almoçageme (25/6) se enquadra no objetivo de levar o Festival a locais mais descentralizados.

O Festival encerra com a evocação de Amália Rodrigues pela voz de KATIA GUERREIRO (29/6). Acompanhada pelos seus músicos e pela Orquestra D. Fernando II, dirigida pelo maestro Cesário Costa, irão apresentar o CD “Sempre” que foi considerado pelo “Le Monde” um dos melhores discos editados em França no ano passado e percorrer algumas obras do repertório de Amália que se tornou nosso e de toda a Humanidade sob a chancela da UNESCO.

[em atualização]