Fonte Mourisca na Volta do Duche com nova iluminação

Novo sistema de iluminação da Fonte Mourisca, na Volta do Duche, em Sintra, melhora as condições de segurança no interior da fonte durante o período noturno.

Fonte Mourisca em Sintra, com novo sistema de iluminação

O novo sistema de iluminação ornamental da fonte, controlado com um sistema RGB, permite, que seja feita a regulação de uma conjugação de cores extremamente abrangente e que poderá ser alterada sempre que se justifique, como por exemplo para assinalar efemérides.

No decorrer dos trabalhos de reabilitação realizados pela Escola Profissional de Recuperação do Património de Sintra – EPRPS na Fonte Mourisca foi identificada a necessidade de se proceder à substituição do sistema de iluminação existente por se encontrar obsoleto e inoperacional.

Os trabalhos de instalação do novo sistema de iluminação foram realizados em estreita articulação com a EPRPS por forma a que se encontrasse uma solução que fosse o menos intrusiva possível, mas que restituísse a dignidade ao local.

Recorde-se que a Câmara de Sintra em conjunto com a Escola do Património de Sintra promoveu a conservação e restauro da Fonte Mourisca e do portão do Parque da Liberdade, na Volta do Duche, em Sintra.

Segundo a revista Tritão, a fonte Mourisca foi edificada em 1922, de acordo com o projeto de Mestre José da Fonseca que, em Sintra, deixou profícua obra revivalista, a Fonte Mourisca substituiu o antigo chafariz da Câmara, com o intuito de valorizar a entrada de Sintra e de «dignificar a água mais apreciada de Sintra».

Com o alargamento da estrada, em 1960, o fontanário foi desmontado. Vinte anos depois, a Câmara Municipal de Sintra reergueu o monumento, não no seu primitivo lugar, mas uma vintena de metros mais adiante, em plena Volta do Duche.

A sua grandiosa arquitectura revela certo formalismo académico, característico, aliás, do modernismo revivalista dos anos 1920. De facto, como o próprio topónimo indica, trata-se de uma estrutura de desenho neo-árabe. Assim, o edifício que alberga o fontanário é “dinamizado” por grande arco em ferradura denticulado, no qual se rasgam três outros arcos em ferradura, também denteados e emoldurados por azulejos neo-mudéjares, impondo-se ao centro, a pedra d’ armas do Município.

(…) No interior ovóide, as paredes permanecem revestidas por azulejos também de inspiração mudéjar, cujo padrão foi modificado na restauração de 1982, porquanto as primitivas cerâmicas, dispostas em singelo reticulado bicromático, amenizavam de algum modo o formalismo que perpassa nesta obra de Fonseca. E, logo acima, uma “prateleira”, apoiada em discretas mísulas, percorre o edifício, sobrepondo-se-lhe um largo friso de pedra com triângulos insculpidos, marcando o arranque da abóbada de tijolo vermelho, cujos gomos se diferenciam, apenas, pela disposição perpendicular de derriços finos.

Ao centro, impõe-se, ladeado por bancos corridos de pedra, o fontanário. A bica de bronze emerge de um florão e a água derramada resguarda-se num tanque oval com bordo concheado.


Sintra Notícias com Revista Tritão (texto Fonte Mourisca)
Fotografia: CMS