Jorge Coelho, presidente do Conselho Estratégico Empresarial de Sintra

O ex-dirigente socialista e antigo ministro Jorge Coelho morreu hoje na Figueira da Foz, de doença súbita, quando visitava uma casa na zona turística da cidade, disse à agência Lusa fonte dos bombeiros. [atualizado]

De acordo com Jody Rato, comandante dos Bombeiros Voluntários da Figueira da Foz, Jorge Coelho, de 66 anos, sentiu-se mal durante a visita a uma habitação na rua da Liberdade, na zona turística do Bairro Novo. “Foram feitas manobras de reanimação mas não foi possível reverter a situação”, tendo o óbito sido declarado no local, adiantou o comandante.

Jorge Coelho, filiou-se no PS em 1982, foi ministro nos dois Governos liderados por António Guterres, entre 1995 e 2002, tendo-se demitido depois da queda da ponte de Entre os Rios, assumindo a responsabilidade política do desastre.

A partir de 1992, com Guterres na liderança, Jorge Coelho foi secretário nacional para a organização, contribuindo para a vitória eleitoral dos socialistas nas legislativas outubro de 1995.

Abandonou a política em 2006 para se dedicar à atividade profissional na gestão de empresas.

Mais recentemente, o político foi um dos comentadores da ‘Quadratura do Círculo’ até agosto do ano passado, programa atualmente intitulado ‘Circulatura do Quadrado’ na TVI e na TSF.

A direção do PS decidiu hoje colocar a meia haste as bandeiras do partido na sede nacional, em Lisboa, nas federações distritais e concelhias com estandarte devido à morte do antigo ministro e dirigente socialista Jorge Coelho.

Jorge Coelho, era presidente do Conselho Estratégico e Empresarial de Sintra.

Basílio Horta, presidente da Câmara de Sintra e Jorge Coelho, presidente do Conselho Estratégico Empresarial de Sintra | Foto: arquivo

Reações:

“Estou sem palavras e destroçado. Na sexta estive com ele reunido, voltava a reunir novamente esta sexta-feira. Um patriota como já há poucos. Um amigo como poucos tinha”, reage Basílio Horta, presidente da Câmara de Sintra, na sua página de Facebook.

António Costa, secretário-geral do PS considerou hoje que Jorge Coelho serviu com “grande dignidade” o Governo da República, foi “sempre” um fator de unidade no PS e poucos como ele exprimiram “tão bem a alma” dos socialistas. “No PS, estamos todos naturalmente em choque com o falecimento surpreendente doutor Jorge Coelho”, disse António Costa, dizendo depois que, “seguramente, os portugueses o recordarão como um cidadão dedicado ao seu país, que serviu com grande dignidade o Governo da República”.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, recordou Jorge Coelho como alguém que “nunca tendo exercido a liderança partidária, de que sempre fugiu, esteve sempre próximo dos centros de poder e influenciou a vida do país”. Para Marcelo, Jorge Coelho foi um homem de “perspicácia analítica, espírito combativo, às vezes polémico, mas de grande afabilidade e de abertura a todos os quadrantes e a todo o tipo de realidade”.

Ferro Rodrigues, presidente da Assembleia da República e ex-líder socialista mostrou-se hoje chocado e muito triste com a morte do seu amigo e camarada Jorge Coelho, antigo ministro, deputado e dirigente também do PS.

Também o PS, através do seu presidente, Carlos César, lamentou hoje a “terrível, inesperada e desanimadora notícia” da morte de Jorge Coelho, elogiando a frontalidade, clareza, argúcia, labor, empreendedorismo e bondade do socialista.

António Guterres, secretário-geral do PS entre 1992 e 2002, afirma que Jorge Coelho “foi um admirável servidor da causa pública, um político de extraordinária inteligência e dedicação”. “Mas, acima de tudo, Jorge Coelho foi um amigo muito querido que me acompanhou em momentos decisivos da minha vida e face ao qual tenho uma enorme dívida de gratidão”, frisa o secretário-geral das Nações Unidas.

Outras reações:

O antigo Presidente da República, Jorge Sampaio manifestou-se “profundamente chocado” com a morte do ex-ministro Jorge Coelho, considerando que o socialista “contribuiu para moldar a vida política portuguesa” com uma “arguta inteligência” e “alta noção” de responsabilidade.

“Lamento profundamente o súbito desaparecimento de Jorge Coelho, pessoa afável e de excelente trato, com quem eu tinha uma agradável relação pessoal. Presto-lhe sentida homenagem e envio as minhas condolências à sua família e ao Partido Socialista”, refere Rui Rio, presidente do PSD.

O presidente do CDS-PP, Francisco Rodrigues dos Santos, também reagiu ontem à morte do socialista. Numa nota enviada aos jornalistas, lamentou a “triste notícia”, destacando que o “braço direito” de António Guterres no PS “foi um político de grande relevo na vida do país”.

O historiador e político José Pacheco Pereira lembrou hoje a amizade que tinha com Jorge Coelho e recordou a “grande capacidade política” e o “combate pelo interior” do antigo ministro e ex-dirigente socialista.

Fernando Medina, presidente da Câmara Municipal de Lisboa, recordou Jorge Coelho como “o socialista mais querido de todos” e que “a todos unia”.

[em atualização]