Portugal terá até março menos de metade das vacinas previstas

Portugal vai receber menos de metade das vacinas contra a covid-19 que estavam previstas para o primeiro trimestre deste ano, alertou hoje o primeiro-ministro, António Costa, em conferência de imprensa após a reunião do Conselho de Ministros.

“No nosso caso, em vez dos 4,4 milhões de doses, nós vamos receber neste primeiro trimestre 1,98 milhões de doses, o que significa que a nossa capacidade de vacinação neste primeiro trimestre vai ser cerca de metade daquilo que estava previsto nos contratos assinados entre as farmacêuticas e a Comissão Europeia”, disse António Costa.

Nas palavras do primeiro-ministro, o problema não está na distribuição nem na falta de recursos humanos para administrar a vacina, estando sim “fora de Portugal”.

No final da reunião do Conselho de Ministros, para decidir as novas medidas para a renovação do estado de emergência decretada pelo Presidente da República e que entra em vigor no dia 15, António Costa deu o exemplo da falta de vacinas como uma das justificações para a continuação da atual situação de confinamento.

“Sublinho aliás que há dois riscos novos que devemos ter em conta, primeiro risco é que há uma redução muito significativa do número de vacinas de que vamos dispor neste primeiro trimestre relativamente àquilo que tinha sido inicialmente contratado pela União Europeia”, começou por dizer o primeiro-ministro.

António Costa explicou que tal se deve ao não cumprimento do contratado com as empresas farmacêuticas, o que impede que sejam vacinados no primeiro trimestre mais de dois milhões de portugueses, que se previa. As farmacêuticas “reduziram significativamente” o fornecimento à União Europeia, lembrou.

António Costa pediu também aos autarcas, que estavam a preparar espaços para vacinação, que aguardem para os próximos trimestres, quando Portugal tiver a quantidade de vacinas que poderá exigir a mobilização de outros espaços que não os atualmente definidos.

“Não há nenhum atraso nacional, há um atraso na origem, mas é um risco que temos de ter em conta, porque significa que vamos chegar ao final do primeiro trimestre com menos pessoas vacinadas do que aquilo que estava anteriormente previsto”, disse.