Presidentes de Junta contra encerramento da CGD nas freguesias

Os presidentes da Junta de Freguesia de Agualva e Mira Sintra, Carlos Casimiro e de Massamá e Monte Abraão, Pedro Brás , recebidos na Assembleia da República, para manifestar a sua indignação e protesto contra encerramento das agências da CGD em Mira Sintra e em Monte Abraão.

Carlos Casimiro e Pedro Brás, no final da reunião com grupo parlamentar do PS, na Assembleia da República

Os presidentes da Junta de Freguesia de Agualva e Mira Sintra, Carlos Casimiro e de Massamá e Monte Abraão, Pedro Brás, deslocaram-se na passada semana à Assembleia da República para sensibilizar os deputados dos vários grupos parlamentares, para o encerramento e consequências do encerramento das agências bancárias da Caixa Geral de Depósitos, em Mira Sintra e em Massamá, no concelho de Sintra.

Depois de uma primeira audiência com o grupo parlamentar do PS, os autarcas reuniram esta segunda-feira por videoconferência com o assessor do Grupo Parlamentar do CDS-PP, que tomou nota dos receios e preocupações dos autarcas.

“Esperamos poder ser igualmente recebidos pelos restantes partidos representados na Assembleia da República”, refere Carlos Casimiro nas redes sociais, dando conta do envio de um ofício assinado pelas duas autarquias, ao presidente do Conselho de Administração da Caixa Geral de Depósitos (CGD), Paulo Macedo, “solicitando uma reunião em nome dos 90 mil habitantes que em conjunto representamos”.

“Não há argumentos que justifiquem que o banco público pretenda encerrar a única agência bancária existente na Freguesia de Mira Sintra, com cerca de cinco mil pessoas, a maioria das quais idosas, privando-as de um serviço de que tanto necessitam”, lamenta Carlos Casimiro, acrescentando que “caso se confirme esta intenção, esta contará com a nossa frontal oposição”.

“Esta é uma ação que visa defender as populações, o serviço público e a manutenção dos balcões da Caixa Geral de Depósitos, no nosso território, em Monte Abraão e Mira Sintra”, sublinha por seu turno, Pedro Brás, apelando à população das duas freguesias, para que assinem as petições online a decorrer nas duas freguesias, “para que também possamos ter a força necessária para ajudar a vencer esta batalha para a manutenção dos balcões abertos”.

Agência da CGD, em Mira Sintra

Carlos Casimiro, presidente da União das Freguesias de Agualva e Mira Sintra, na Cidade de Agualva-Cacém

(…) “uma percentagem muito elevada das pessoas que residem em Mira Sintra têm 70, 80 anos. E essas pessoas, como reformadas que são, dependem das suas pensões e têm na Caixa Geral de Depósitos” [Carlos Casimiro]

Para Carlos Casimiro, o encerramento da dependência da Caixa Geral de Depósitos (CGD) de Mira Sintra, previsto para o dia 30 de dezembro, vai “penalizar gravemente os cerca de cinco mil habitantes da freguesia”, acrescentando que “uma percentagem muito elevada das pessoas que residem em Mira Sintra têm 70, 80 anos. E essas pessoas, como reformadas que são, dependem das suas pensões e têm na Caixa Geral de Depósitos o único local onde todos os meses vão buscar as suas pensões”, apontou.

O presidente da Junta de Freguesia de Agualva e Mira Sintra tem vindo alertar que caso venha a ser efetivado o encerramento desta dependência, a alternativa mais próxima situa-se a cerca de três quilómetros na cidade de Agualva-Cacém.

“Portanto, as pessoas que têm o hábito de levantar a sua reforma num balcão próximo de casa passam a ter de o fazer a três quilómetros de distância numa cidade com a dimensão e os problemas que também tem Agualva-Cacém”, argumentou.

Agência CDG, em Monte Abrão

Pedro Brás, presidente da União das Freguesias de Massamá e Monte Abraão, na Cidade de Queluz

(…) Uma freguesia com 49 mil habitantes não pode ser apenas servida, pela instituição bancária publica, através de um só balcão” [Pedro Brás]

“A Caixa Geral de Depósitos (CGD), enquanto instituição bancária pública, tem de exercer a sua função pública junto da população, norteando a sua atividade bancária, com o intuito e o propósito, de servir as populações”, pode ler-se, num comunicado assinado pelo presidente da União das Freguesias, Pedro Brás.

O autarca vai mais longe, questionando-se sobre “um serviço público bancário não se pode resumir a ATM e a aplicações móveis no telemóvel. Uma freguesia com 49.000 habitantes não pode ser apenas servida, pela instituição bancária publica, através de um só balcão. Iremos abordar a administração da CGD, qual o estudo ou avaliação, que suporta e fundamente o possível encerramento do balcão em questão”, argumenta.

“A concretizar-se esta intenção de encerrar balcões no concelho de Sintra, abandonando e rejeitando a sua matriz de serviço público, serão os 21 mil habitantes, bem como o sector empresarial existente no território, os mais prejudicados”, refere o autarca, considerando a decisão a ser tomada “evidencia um claro retrocesso em termos de serviço público”.

Câmara de Sintra contra encerramento

Em declarações à agência Lusa, fonte da Câmara Municipal de Sintra afirmou que a autarquia, presidida por Basílio Horta, “continuará a encetar todos os esforços no sentido de sensibilizar a Caixa Geral de Depósitos para que proceda a alteração desta decisão”.

O encerramento deste balcão da CGD já foi também contestado pelos vereadores do PSD na Câmara Municipal de Sintra que, em comunicado, sublinham que esta decisão “colocará em causa o serviço bancário nas suas múltiplas dimensões” e afetará sobretudo a população mais idosa.