Cuidar da nossa saúde respiratória é um processo de aprendizagem, que começa no dia em que recebemos o diagnóstico de Doença Pulmonar Obstrutiva Crónica (DPOC).
Aprender que tudo começa com a prevenção: deixar de fumar e a vacinação contra a gripe e pneumonia, porque o tabaco é um agressor das vias respiratórias e o diagnóstico de DPOC implica de imediato uma situação de risco acrescido em caso de gripe e de pneumonia.
Aprender a viver com disciplina.
Aprender que os pulmões não têm férias, nem fins de semana, nem feriados, que a medicação não pode falhar e tem de ser feita de acordo com as indicações que recebemos dos profissionais de saúde que nos acompanham.
Aprender a procurar boas condições ambientais e uma boa qualidade de ar (interior e exterior).
Aprender a ter uma alimentação equilibrada e a fazer exercício físico de acordo com a capacidade individual.
Aprender a coordenar as atividades diárias de acordo com os graus de fadiga que se vão experimentando.
Aprender a resistir ao desejo de ficar no sofá e a não desistir do programa de reabilitação respiratória que foi indicado.
Aprender a lidar com a ansiedade, procurando encontrar a tranquilidade no desempenho de atividades várias, praticando uma nova tarefa ou desenvolvendo competências adormecidas.
Aprender a ter os medicamentos organizados e uma lista de contactos – familiares, cuidadores, médicos – sempre atualizada e disponível.
Aprender a fazer perguntas aos profissionais de saúde que tratam de nós, sem vergonha e sem medo, respeitando a profissão e as instituições.
E se este processo de aprendizagem permanente que equilibra a vida e ampara os dias difíceis é sempre importante para as pessoas com DPOC, os tempos que vivemos de uma Pandemia sem fim à vista, carregados de incertezas e de perigos, recomendam que, com firmeza, dia após dia vivamos com normas que garantam, dentro do condicionalismo existente, uma vida com qualidade.
Isabel Saraiva,
presidente da RESPIRA – Associação Portuguesa de Pessoas com DPOC e outras Doenças Respiratórias Crónicas