Joe Biden, candidato democrata às eleições dos Estados Unidos da América (EUA), venceu Donald Trump na corrida à Casa Branca, assegurando o mínimo necessário de 270 votos do colégio eleitoral para ganhar a presidência, com a vitória no estado da Pensilvânia – que lhe rendeu 20 votos dos grandes eleitores. e
A notícia foi avançada pelas principais estações de televisão norte-americanas BBC, CNN, Fox News e NBC. Com os 20 votos do Colégio Eleitoral que conquistou na Pensilvânia, Joe Biden soma agora 273.
As contas da CNN, BBC, CBS, Washington Post e New York Times revelam ainda que estão por fechar os resultados eleitorais em outros cinco estados – Alasca, Arizona, Carolina do Norte, Nevada e Geórgia.
O agora novo Presidente dos EUA, que venceu as eleições numa nação muito dividida, já reagiu no Twitter. “América, estou honrado por ter sido escolhido para liderar o país. Serei o presidente de todos os americanos: tenham ou não votado em mim”, escreveu, garantindo que os próximos tempos serão de “trabalho árduo”.
Joe Biden será o 46º presidente dos
Estados Unidos da América (EUA)
Joe Biden foi o candidato mais velho de sempre e é o mais velho de sempre a alcançar a Presidência dos Estados Unidos, com 77 anos, oito dos quais foi vice-presidente de Barack Obama (2009-2017).
O seu extenso currículo na política, onde entrou com apenas 30 anos, é em simultâneo uma vantagem, pela experiência e histórico que acumulou, e uma desvantagem, pela noção de que teve muito tempo para fazer mudanças que ainda não foram concretizadas.
Mas Joe Biden, lembrando que nunca foi Presidente, apresentou-se a votos tanto para fazer reformas como para impedir a continuidade do descalabro que atribui a Donald Trump. “Estamos prestes a entrar num inverno escuro”, apontou no debate, sobre a escalada da pandemia de covid-19, “e ele não tem um plano claro”.
Biden apresentou-se aos eleitores como sendo o oposto e prometeu uma plataforma com políticas sólidas, capitalizando no elevado reconhecimento entre os eleitores e alguma obra feita.
Da lista de propostas da sua campanha fizeram parte a gratuidade dos testes para a covid-19, a legalização dos emigrantes ‘dreamers’, as baixas remuneradas de parentalidade ou doença e o aumento do salário mínimo para 15 dólares (12,8 euros) à hora, mais do dobro dos atuais 7,25 dólares.
Defendeu ainda a extensão da cobertura dos serviços de saúde, e o aumento, para 39,6%, do imposto cobrado aos cidadãos com mais rendimentos.
Com uma carreira repleta de gafes e posições que foram evoluindo, Biden ocupou sempre um lugar no centro moderado do partido Democrata, tendo sido essa a bandeira que desfraldou na sua campanha pela nomeação, em 2019.
Ainda assim, o veterano conseguiu o apoio da ala mais progressista do partido, e notoriamente de Bernie Sanders, que desistiu da nomeação em prol do ex-vice-Presidente.
Nascido na Pensilvânia em 1942, no seio de uma família católica, Biden adotou Delaware como sua casa quando se mudou para lá com a família em 1953.
Antes disso, um jovem Biden formado em História e Ciência Política na Universidade de Delaware e depois em Direito na Universidade de Syracuse tinha exercido advocacia durante três anos. Já nessa altura a sua ambição era chegar à Presidência.
Mas o seu percurso profissional foi afetado pela tragédia pessoal, quando a então sua mulher, Neilia Hunter, e a filha de um ano morreram num acidente de automóvel, apenas semanas após a eleição para o Senado. Os outros dois filhos, Beau e Hunter, ficaram feridos, mas sobreviveram.
Cinco anos depois, Joe Biden casou com Jill Jacobs e o casal teve uma filha em 1981, o que permitiu ao político recuperar a estabilidade pessoal.
Depois do fim da administração Obama, Biden disse ter voltado à política não apenas para “reconstruir o que funcionou no passado”, mas para aproveitar a oportunidade de “reconstruir melhor que nunca”.
Condecorado em 2017 com a Medalha Presidencial da Liberdade, com Distinção, o maior grau de distinção civil, o candidato é responsável pela criação da Fundação Biden, o Centro Biden de Diplomacia da Universidade de Pensilvânia, a Iniciativa Biden para o Cancro e o Instituto Biden da Universidade de Delaware.
Várias destas iniciativas estão ligadas a outra tragédia pessoal, depois de o seu filho mais velho, Beau, ter morrido de cancro no cérebro em 2015, aos 45 anos.
O próprio Biden sofreu dois aneurismas nos anos 1980 e teve de ser operado ao cérebro.
Devido à sua idade, questões em torno da longevidade e saúde de Joe Biden foram levantadas na campanha, apesar de se terem esbatido depois de o Presidente Donald Trump ter ficado infetado por covid-19.
Para contrariar estes ataques, o candidato democrata prometeu ser “totalmente transparente” quando à sua condição de saúde se fosse eleito.
Sintra Notícias com Lusa
Imagem: CNN