Segundo um comunicado da fundação, o protocolo assinado com a universidade chinesa “de referência na área da investigação médica” prevê “apoio técnico e científico da Fundação Champalimaud, o que a médio prazo deverá dar lugar à criação de um Instituto único no mundo dedicado à Imunotecnologia, um investimento que deverá ascender a 100 milhões de dólares” (cerca de 85 milhões de euros).
O projeto de investigação e colaboração clínica será liderado pelo professor Markus Maurer, médico e investigador principal do serviço de Imunoterapia e Imunocirurgia da Fundação Champalimaud.
“O foco inicial desta colaboração incidirá sobre a Imunoterapia, que consiste em modular o sistema imunitário do paciente – ou de um dador – para combater, entre outras possíveis patologias, o cancro. A imunoterapia é particularmente relevante como linha de tratamento em cancros agressivos, difíceis de tratar, contra os quais existem poucas opções terapêuticas, originando por isso taxas elevadas de mortalidade e morbilidade. É o caso do cancro do pâncreas, na sua maioria silencioso, não-operável e fulminante”, refere o comunicado.
A parceria insere-se no objetivo da Fundação Champalimaud de se transformar num centro de referência mundial para o estudo e tratamento do cancro do pâncreas e o memorando assinado hoje prevê projetos conjuntos de investigação translacional e desenvolvimento tecnológico, conceção de estratégias de tratamento clínico, intercâmbios e partilha de recursos técnicos e científicos.
“A longo prazo, pretende-se, em linhas gerais, fomentar e expandir a forte ligação do Centro de Imunotecnologia à Indústria, à Academia e ao Governo local, regional e nacional, expandir os programas de colaboração e cooperação internacional, e contribuir para o desenvolvimento do eixo Europa — China, tendo como parceiro importante e, em certa medida, privilegiado a Fundação Champalimaud e Portugal”, refere o comunicado.
Segundo a Fundação Champalimaud, a universidade chinesa vai dedicar um edifício do seu campus à integração das equipas de investigação, “onde permanecerão dedicadas à Imunotecnologia Oncológica e Infecciosa”.