Densidade populacional e mobilidade são fatores de risco na região de Lisboa

A densidade populacional e a mobilidade estão a ser os fatores mais determinantes para a rápida propagação da covid-19 na região de Lisboa e Vale do Tejo, defendeu o coordenador da resposta à doença neste território, Duarte Cordeiro.

Ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, com Basílio Horta, presidente da Câmara de Sintra, no Palácio Valenças, em Sintra | Foto: arquivo

“Esse é um elemento que eu acho que merece ser mais estudado, mas que pode ser um fator diferenciador que justifica a persistência de um conjunto de casos [de covid-19] em alguns territórios e alguns concelhos”, afirmou o também secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, numa entrevista ao podcast Política com Palavra, da responsabilidade do Partido Socialista.

Nesse sentido, o governante sublinhou que na região de Lisboa se encontram alguns dos municípios que “estão no topo da densidade urbana e populacional” e que a mobilidade nestes territórios contribui para a velocidade de propagação e transmissão, uma vez que as pessoas que ali habitam “têm maior contacto e estão menos isoladas”.

Duarte Cordeiro destacou, igualmente, o trabalho que tem sido desenvolvido pelas equipas de saúde pública, sublinhando que existem hoje “mais pessoas a fazer o rastreio de contactos para quebrar as cadeiras de transmissão”.

No entanto, o governante reconheceu a necessidade de essas equipas serem reforçadas: “Não vamos esconder a necessidade de reforçar as equipas numa lógica, num horizonte temporal mais alargado. Precisamos de repensar o número de equipas e a quantidade de médicos e a Saúde tem feito um trabalho no sentido de procurar responder também a esse desafio”, apontou.

Questionado sobre a possibilidade de se optar por fazer confinamentos localizados, como acontece na cidade espanhola de Madrid, se os números em Lisboa e Vale do Tejo continuarem a subir, o governante defendeu que essa é uma situação a evitar.

“Eu acho que o confinamento traz um conjunto de fenómenos sociais e económicos gravíssimos que nós devemos evitar em todas e quaisquer possibilidades. Aquilo que interessa é monitorizar a capacidade de resposta do Serviço Nacional de Saúde, como um todo, na região de Lisboa e Vale do Tejo”, defendeu.

Duarte Cordeiro lembrou que o objetivo das medidas que foram tomadas foi o de evitar o contacto, a aglomeração, das pessoas, daí as restrições de horários e a limitação de algumas atividades, entre outras.

“Tivemos a reversão de algumas dessas medidas. Dentro dessa lógica podemos sempre repor um conjunto de medidas”, frisou.