A Câmara Municipal de Sintra aguarda as análises da água da lagoa artificial da Assafora, em São João das Lampas, onde apareceram peixes mortos a semana passada. A Junta de freguesia já agiu, revela preocupação, fala em críticas “gratuitas e provocatórias”.

O incidente aconteceu na passada terça-feira, quando um número significativo de peixes (carpas) apareceram mortos na margem da lagoa artificial. Nesse mesmo dia, o Serviço de Proteção da Natureza e Ambiente (SPENA) da GNR e a Proteção Civil de Sintra tiveram conhecimento da situação e foram mobilizados meios da autarquia para o local, tendo sida efetuada a remoção dos peixes mortos.

A autarquia verificou que todo o sistema de repuxo/arejador das águas se encontrava em funcionamento. Uma equipa do município, do setor ambiente, esteve no local mas não foram identificados fatores anómalos que pudessem ter motivado a morte dos peixes. A autarquia optou então por efetuar análises à água da lagoa, estando neste momento aguardar os resultados do laboratório.

O SINTRA NOTÍCIAS apurou ainda que, “encontra-se em avaliação, com a eventual colaboração e parceria com o Instituto da Conservação da Natureza e Floresta (ICNF), a possibilidade de resgatar as espécies nativas, designadamente as enguias”.

A investigação está agora a cargo da GNR, através do SEPNA.

PONCE LEÃO FALA EM CRÍTICAS “GRATUITAS E PROVOCATÓRIAS”

A Junta de Freguesia de São João das Lampas/Terrugem afirmou, em comunicado, que tem acompanhado “com mágoa” a situação e que compreende a “indignação” da população. No entanto, sublinha que não compreende “alguns comentários gratuitos que se têm feito (alguns, até, provocatórios) atribuindo responsabilidades à Junta de Freguesia ou à Câmara pela situação a que assistimos”.

A Junta lembra que, “a Lagoa, um autêntico ex-libris da localidade, merecia ser preservada e embelezado o espaço envolvente. E isso foi feito, há alguns anos, numa benéfica cooperação entre a população e estas entidades”. No entanto “houve alguém – muito provavelmente, com a melhor das intenções – que decidiu povoar a Lagoa com peixes, sem ter pedido qualquer licença para o fazer e sem averiguar se aquela água garantia as condições para tal. Como se sabe, sempre que o período estival é mais prolongado, a água perde qualidades, fruto da evaporação e da enorme quantidade de algas que ali se criam, consumindo o oxigénio”.

Perante esses factos, a Junta de Freguesia presidida por Ponce Leão questiona: “Será justo que se venha pedir responsabilidades a quem não foi perdido nem achado para povoar a lagoa de peixes?”. O autarca defende que “não foi por isso que, deixámos de fazer as diligências possíveis, logo que tomámos conhecimento do caso”.

A Junta sublinha ainda que, “infelizmente, esta situação já aconteceu mais vezes, mas, pelos vistos, não as suficientes para que aprendessem que, ao colocar peixes na Lagoa, estariam a sujeitá-los à maldade cíclica dos verões mais prolongados”.