A Casa Fernando Pessoa (CFP), no bairro de Campo de Ourique, onde Fernando Pessoa (1888-1935) viveu os últimos 15 anos de vida, encerrou em março do ano passado para obras de remodelação.
O projeto de remodelação é da responsabilidade do ateliê José Adrião Arquitetos e o projeto museográfico da empresa de design GBNT, assinado pelos designers Nuno Quá e Cláudio Silva, tendo sido executado a partir de uma proposta de Paulo Pires do Vale.
O custo das obras foi de 700 mil euros, dos quais “uma parte significativa foi assegurada pelo Turismo de Portugal”, segundo fonte da CFP, que salientou que a Associação Acesso Cultura foi consultora em matéria de acessibilidades.
Esta intervenção “tornou o edifício mais acessível e permitiu aumentar consideravelmente a área expositiva”.
Do espólio da CFP constam os livros que Pessoa leu, classificados como Tesouro Nacional, que estarão expostos, assim como parte da coleção de obras de arte sobre o escritor, mobiliário e objetos pessoais.
Em nota, a CFP refere que este é o “mais importante acervo da casa”, um “valioso conjunto, mostrado na sua quase totalidade que valoriza a relação entre leitura e escrita, revelando o escritor que Pessoa foi através dos livros que leu e das marcas que deixou nestas peças”.
A biblioteca inclui uma coleção de livros de e sobre Fernando Pessoa e também de poesia de vários autores, nacionais e estrangeiros, que foi também renovada, permitindo receber, “com melhores condições de trabalho”, investigadores e estudantes.
A exposição permanente inclui documentos vários e objetos que pertenceram ao escritor. Constam também da exposição peças que permitem contar episódios da vida de Fernando Pessoa em Lisboa, onde teve mais de 16 moradas, e na África do Sul, onde passou a juventude e onde começou a construir a sua biblioteca particular, segundo a mesma nota.
Do percurso expositivo estão também em destaque obras de arte em que o poeta é representado, nomeadamente um quadro de Almada Negreiros ou desenhos de Júlio Pomar.
“Memória, criação literária, leitura, morada são as palavras-chave desta nova exposição de longa duração que pretende dar a conhecer Fernando Pessoa, de forma mais abrangente, intimista, acessível e participativa”, lê-se no comunicado.
Um mostra que propõe dar a conhecer Fernando Pessoa, e ao mesmo tempo “espalhar a palavra, o poder da literatura, os efeitos da leitura”.
O auditório localiza-se no piso térreo e mantém a possibilidade de funcionamento em horário diverso dos restantes espaços da Casa.
A CFP recebeu, em 2018, 38.345 visitantes, segundo dados oficiais.