Tuk-tuk contra restrições de circulação no acesso à serra de Sintra

PROTESTO | Os condutores de Tuk-Tuk protestam esta quarta-feira, em Sintra, contra as constantes restrições de circulação impostas pela autarquia no acesso à Serra Sintra, devido ao elevado risco de incêndio.

Tuk-tuk em Sintra | Foto: arquivo

Os condutores de tuk-tuk e animadores turísticos protestaram esta quarta-feira, em Sintra, contra as constantes restrições de circulação impostas pela autarquia no acesso à serra Sintra, devido ao elevado risco de incêndio.

Dizem que entre os profissionais do sector, há várias pessoas a passar por “graves dificuldades financeiras por não conseguirem trabalhar”, pelas constantes interdições no acesso à serra de Sintra, devido ao risco elevado de incêndio no concelho, quando Sintra tem um microclima, onde esse risco não se verifica.

Inês Henriques, presidente da Associação Nacional de Condutores de Animação Turística e Animadores Turísticos, em declarações à Antena 1, disse que os vários alertas laranja decretados pela autarquia de Sintra, quando há risco de incêndio no país, estão a impedir o trabalho destes profissionais, porque, nestas situações, não é possível aceder à serra de Sintra.

Opinião partilhada por Andreia Bernardo, vereadora do PSD na Câmara de Sintra que em declarações à TVI, aponta o dedo à autarquia sintrense, presidida por Basílio Horta que “quer privatizar a serra de Sintra”, adiantando que “desde 2014 tem havido sucessivas privatizações e sucessivos fechos da serra de Sintra e atualmente com os alertas de incêndio, – alerta vermelho no distrito de Lisboa -, essa privatização ainda se nota mais”, questiona-se a autarca, acrescentando que “nós aqui e pelo PSD, discordamos de algumas partes”, desde logo que “Sintra é um microclima”.

“Nós preocupamos com a serra de Sintra, – o nosso bem maior e principalmente as pessoas -, mas esta interdição tem de ser sempre articulada com a Proteção Civil de Sintra. Não pode ser só um alerta geral”, refere a autarca, explicando que “o risco de incêndio rural é diferente, quer seja no interior do país, quer seja no concelho de Sintra onde existe muitas vezes este microclima”.

IPMA define critérios de risco de incêndio

Os critérios e definição de risco incêndio rural “não são estabelecidos pela Câmara Municipal de Sintra. Compete, por lei, ao Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) essa responsabilidade e competência”, refere a autarquia de Sintra em nota de imprensa.

“Quando o IPMA define para o concelho de Sintra o risco de incêndio ‘reduzido’ ou ‘moderado’, não existe qualquer restrição à circulação no perímetro da Serra de Sintra. Quando o risco de incêndio é estabelecido como ‘elevado’ é acionado o condicionamento à circulação no interior da Serra e podem apenas circular veículos de moradores e de empresas aí sediadas, transportes públicos de passageiros (com alvará emitido pela entidade competente], veículos de socorro, de emergência e das entidades integrantes do Sistema Municipal de Proteção Civil”, pode ler-se.

Por outro lado, “quando o risco de incêndio é ‘muito elevado’ ou ‘máximo’ passa a vigorar a proibição de circulação, estacionamento e permanência de viaturas e pessoas no interior do perímetro florestal, exceto para veículos de moradores e de empresas aí sediadas, veículos de socorro, de emergência e das entidades integrantes do Sistema Municipal de Proteção Civil”, destaca a Câmara de Sintra, adiantando que “a autarquia por imposição legal, também garante o encerramento do perímetro da Serra de Sintra quando o Governo declara da situação de alerta devido ao risco de incêndio rural”.

Por fim a autarquia nota que “esta metodologia, aprovada pelo executivo da Câmara Municipal de Sintra por unanimidade e que implica parecer favorável do grupo técnico de risco, garante a salvaguarda das pessoas e da Serra de Sintra que integra uma região de proteção classificada e sensível ao risco de incêndio florestal, caraterizada por um elevado número de visitantes”, reafirmando que “torna-se assim fundamental acautelar a sua proteção, manutenção e conservação considerados objetivos do interesse público, de âmbito mundial, nacional e municipal”.