Explosões em Beirute fazem número indeterminado de mortos e feridos

MUNDO | Várias explosões, uma das quais de grandes dimensões, abalaram esta terça-feira a capital do Líbano, Beirute, e fizeram centenas de feridos, informaram as autoridades de saúde do país.

Duas fortes explosões sucessivas sacudiram Beirute hoje, causando número ainda indeterminado de mortos e feridos, semeando o pânico e causando um enorme cogumelo de fumo no céu da capital libanesa, disseram as autoridades.

A origem das explosões, que partiram as janelas de muitas casas e lojas, ainda não são conhecidas e as autoridades confirmaram apenas que a explosão ocorreu no porto de Beirute, fazendo número indeterminado de mortos e de feridos, sem dar mais pormenores.

“Senti-me como se estivesse perante um terramoto e depois ouvi uma explosão, seguida de outra, que abriram as janelas. Foi mais forte do que a explosão que matou Rafik Hariri”, disse uma habitante da cidade, referindo-se ao atentado à bomba, em 2015, que vitimou um conhecido homem de negócios libanês.

Os ‘media’ locais transmitiram imagens de pessoas presas nos escombros de prédios, cobertas de sangue e testemunhas disseram que viram dezenas de feridos na área portuária, momentos depois das explosões.

“Os prédios tremeram”, disse um morador, na sua conta pessoal da rede social Twitter, relatando que as janelas do seu apartamento tinham quebrado com o impacto das explosões.

O porto de Beirute foi isolado pelas forças de segurança, que só permitem na área elementos da Proteção Civil, ambulâncias e carros de bombeiros, que têm transportado os feridos para os hospitais mais próximos.

Nas proximidades do porto, os sinais de destruição são muito visíveis e há relatos de testemunhas que ouviram as explosões a vários quilómetros de distância.

Na próxima sexta-feira, o Tribunal Especial do Líbano, com sede na Holanda, deve emitir o seu veredicto no julgamento de quatro homens que são suspeitos de pertencerem ao poderoso movimento libanês Hezbollah, acusado de participar no assassinato de Rafik Hariri, em 2005.

O Líbano atravessa a sua pior crise económica das últimas décadas, marcada por uma forte depreciação monetárias, hiperinflação, desemprego elevado e restrições bancárias, que têm alimentado tensões sociais.

Há uma semana, após meses de relativa calma, Israel disse que tinha impedido um ataque terrorista, abrindo fogo contra homens armados que tinham cruzado a demarcação territorial entre o Líbano e Israel.

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, atribuiu a tentativa de ataque ao Hezbollah, apesar dos desmentidos deste movimento libanês.

Sintra Notícias com Lusa
Fotografia: Lusa/Wadel Hamzeh/EPA
[em atualização]