Amália a voz de Portugal

Centenário de Amália Rodrigues celebrado hoje com diversas iniciativas. Uma missa, uma emissão filatélica e concertos são algumas iniciativas que celebram o centenário de Amália Rodrigues, que morreu em 1999.

Amália da Piedade Rebordão Rodrigues, que deu voz a êxitos como “Ai, Mouraria”, “Povo que Lavas no Rio” ou “Estranha forma de vida”, entre outros, completaria hoje 100 anos.

Também hoje chega ao mercado, com o selo da discográfica Valentim de Carvalho, uma caixa com cinco discos que incluem gravações inéditas da fadista em Paris, no âmbito do projeto de edição da obra completa de Amália Rodrigues (1920-1999), liderado por Frederico Santiago.

Este ano, a discográfica conta ainda editar dois discos, “Amália 1970 ensaios”, com material inédito gravado em estúdio e em casa, e a reedição do álbum “Busto” (1962), acompanhada das sessões que deram origem a este disco.

As celebrações do centenário do nascimento da fadista começam hoje às 09:30, com uma missa de ação de graças celebrada pelo cónego Ricardo Ferreira na Igreja de S. Vicente de Fora, em Lisboa.

Esta missa, segundo nota da Fundação Amália Rodrigues (FAR), é acompanhada por instrumentos de corda e leitura de poemas, contando com os músicos Pedro Marques (guitarra portuguesa), Lelo Nogueira (viola baixo) e Tony Queiroz (viola), sendo transmitida via ‘streaming’.

No Panteão Nacional, onde se encontra sepultado o corpo da fadista desde 2001, tem lugar a cerimónia de apresentação da emissão de selos comemorativa do centenário, pelos CTT – Correios de Portugal, com a presença, entre outras individualidades, da ministra da Cultura, Graça Fonseca.

Em junho último, na apresentação das comemorações Graça Fonseca realçou a “dimensão universal da vida e obra de Amália Rodrigues”, “cujo legado permanece vivo e contemporâneo, tanto na sua voz, como na influência que o seu talento e exemplo tem exercido em gerações e gerações de músicos portugueses”.

No Museu do Fado, às 21h30, o fadista Camané, acompanhado pelo pianista Mário Laginha, atua, num “tributo singular ao seu legado universal”, interpretando os “temas mais emblemáticos” de Amália e Alain Oulman (1928-1990), compositor que “desenvolveu uma relação criativa muito marcante com a artista, pontuada pelo encontro definitivo da poesia clássica e erudita com o universo fadista”, anunciou a instituição.

O concerto não tem público presencial, mas pode ser seguido no Facebook, nas páginas do Museu do Fado, da Câmara de Lisboa e da EGEAC.

Também à noite, pelas 22h00, na antiga residência de férias da fadista, no Brejão, concelho de Odemira, realiza-se o concerto “Bem-Vinda Sejas Amália”, com direção musical de Jorge Fernando, ex-músico da diva, e a componente artística coordenada pelo fadista e apresentador José Gonçalez.

O elenco é constituído por Jorge Fernando, Ricardo Ribeiro, Katia Guerreiro, José Gonçalez, Marco Rodrigues, Fábia Rebordão e Sara Correia.

A fadista Ana Moura, inicialmente prevista, não participa, anunciou a FAR, que adiantou a participação de Filipa Cardoso, em substituição da criadora de “Dia de Folga”. Ana Moura “esteve em contacto recente com uma pessoa infetada com a Covid-19, pelo que foi aconselhada a permanecer em isolamento profilático durante os próximos dias. A artista encontra-se bem e sem qualquer sintoma da doença”, esclarece a FAR.

“Bem-vinda sejas Amália”

A ministra da Cultura assiste também a este espetáculo, que será transmitido pela RTP2.

“Bem-vinda sejas Amália” é um espetáculo de homenagem “a uma das mais queridas intérpretes do século XX”, “por tudo o que fez pelo Fado, pela língua e cultura portuguesas, e pela honra com que sempre representou Portugal”, segundo nota da FAR, instituída pela fadista em testamento.

O espetáculo conta com a participação dos músicos Bruno Chaveiro (guitarra portuguesa), Bernardo Viana (viola), José Ganchinho (viola baixo), António Barbosa (violino), David Zaccaria (violoncelo), Ivo Martins (Bateria) e Ruben Alves (acordeão e piano).

As celebrações do centenário do nascimento da criadora do fado “Primavera”, por diversas entidades, prosseguem até 2021.

Fotografias: Museu do Fado