“A recolha de ‘monos’ tem sido uma luta de todos os dias”

CACÉM E SÃO MARCOS | Paulo Adrego, presidente da União das Freguesias do Cacém e São Marcos, em entrevista ao SINTRA NOTÍCIAS e ao CORREIO DE SINTRA, faz um pequeno balanço de atividade autárquica, em tempo de pandemia por covid-19, sem perder de vista que “as responsabilidades são para cumprir e dignificar a população que representamos".

Paulo Adrego, reeleito presidente da União das Freguesias do Cacém e São Marcos, na Cidade de Agualva-Cacém

“Trabalho, empenho, dedicação”, são palavras que Paulo Adrego em entrevista ao Sintra Notícias e Correio de Sintra, destaca com alguma frequência, para manifestar a motivação da sua equipa na União das Freguesias do Cacém e São Marcos.

“Uma responsabilidade acrescida” todos os dias, para servir os cerca de 40 mil habitantes, que vivem numa área geográfica de 4,5 quilómetros quadrados de extensão e uma “elevada densidade populacional” que encontra no IC-19, “a barreira arquitetónica” que divide o Cacém de São Marcos.

“Ser autarca é difícil, mas muito gratificante”, diz Paulo Adrego, que há cerca de um ano, substituiu no cargo, o presidente da União das Freguesias do Cacém e São Marcos, “o saudoso e carismático”, José Estrela Duarte. Pensativo, “a missão está ser cumprida e tem sido uma experiência muito positiva”, admite o autarca. “O peso da responsabilidade é enorme, mas tem sido muito gratificante o trabalho na freguesia. Sinto que temos honrado e dignificado o nome do nosso presidente, José Estrela Duarte”.

“Ser autarca é difícil, mas muito gratificante”, — Paulo Adrego

Paulo Adrego, “homem de ação”, privilegia e valoriza o “contato com a população”, e só é travado pelo “trabalho burocrático. Mas o gabinete que está “sempre aberto” à população!”

“Autarca de corpo e alma”, de discurso fácil, está particularmente atento “à questão social” em tempo de pandemia covid-19 e aos problemas que é preciso resolver na freguesia. “São muitos, mas temos feito um trabalho excecional. Há sempre mais para fazer e é por isso estamos aqui, para dar o melhor pela população”.

“A recolha de resíduos urbanos, monos, têm sido uma ‘luta’ de todos os dias”, constata o presidente da Junta, não escondendo algum desconforto pela forma como por vezes, são depositados na via publica esse tipo de resíduos, quando a sua recolha é gratuita.

“Desde janeiro, já foram retirados da rua,
cerca de 160 toneladas de monos”
— Paulo Adrego

“Desde janeiro, já foram retirados das ruas, cerca de 160 toneladas de monos”, sublinha o autarca, admitindo que este “tem sido um problema”, por resolver apesar das “campanhas de sensibilização para acabar com a deposição ilegal de resíduos junto aos contentores do lixo, que é passível de coima”. Ainda assim, sem o sucesso desejado: “É um flagelo que se passa nestas áreas urbanas”, desabafa.

Questionado sobre os espaços verdes e lazer, Paulo Adrego, lembra que “são 385 mil metros quadrados de área ajardinada”, cabendo à União de Freguesias, fazer a manutenção do espaço público. “O balanço é positivo”, considera o autarca destacando ainda a reparação de calçadas, recolocação de pilaretes, pintura de muros.

Quanto às ervas nos passeios, “reconheço que há problemas. Gostaria de relembrar que a Câmara de Sintra associou-se ao movimento ‘Sintra Sem Herbicidas’ em espaço urbano e abandonou totalmente o uso de herbicidas com glifosato, como forma de preservar o meio ambiente, numa altura em que as alterações climáticas e a importância da sustentabilidade ganham cada vez mais peso no nosso dia a dia. Efectivamente, o corte manual não é tão eficaz, pois é um processo mais moroso. Gostaria de apelar à compreensão de todos e sensibilizar a população para este assunto”, refere Paulo Adrego.

Freguesia confinada

O presidente da União das Freguesias do Cacém e São Marcos, destaca os casos de infeção por Covid-19 na União das Freguesias, referenciado pela Direção Geral de Saúde (DGS), não escondendo a sua preocupação. “Há cerca de quatro meses que temos vindo a trabalhar diariamente, sobretudo no que se refere a novas atitudes que todos temos de tomar”, estando a curso ações de “sensibilização para o uso obrigatório de máscaras”, destaca o autarca.

“As responsabilidades são para cumprir e
dignificar a população que representamos”
— Paulo Adrego

“Sendo uma das freguesias urbanas mais afetadas do concelho de Sintra, estamos em parceria com a Câmara de Sintra e outras entidades de Saúde, a acompanhar as equipas multidisciplinares diariamente, nos casos reportados pela Direção Geral de Saúde”, sublinha.

Além do confinamento obrigatório, “a União das Freguesias presta ainda apoio, nas mais diversas áreas, à população com algum tipo limitação” ou constrangimento: “Temos 435 pessoas que estão a ser apoiadas no âmbito de um programa de apoio e se prevê chegar aos 600”, refere o autarca.

Paulo Adrego faz questão de destacar ainda “o apoio e a colaboração dos Bombeiros Voluntários da Cidade de Agualva-Cacém que têm sido incansáveis, na limpeza e desinfestação de algumas das ruas na freguesia, sobretudo aquelas onde há uma maior concentração de pessoas”.

O fecho do comércio local acontece às 20h00, “não tem sido problemático”, na União de Freguesias, “onde todos estão a cumprir” com as regras em vigor no âmbito do estado da calamidade decretado pelo Governo, [e que foi prolongado por mais 15 dias na região de Lisboa]”, sublinha o autarca.


[Pode ler a entrevista na integra na edição desta semana do Correio de Sintra]