Morreram 54 animais após incêndio no abrigo de Santo Tirso

Dezenas de animais perderam a vida carbonizados durante a noite deste sábado no canil “Cantinho 4 Patas”, na sequência de um incêndio que deflagrou na serra da Agrela, em Santo Tirso. Imagens de resgate mostram animais combalidos, assustados e com alguns ferimentos.

Centenas de populares e membros de associações reuniram-se, este domingo, para salvar os animais que resistiram ao fogo que matou 52 cães e dois gatos, na noite de sábado, em abrigos da freguesia da Agrela, em Santo Tirso.

Dezenas de animais perderam a vida carbonizados durante a noite deste sábado no canil “Cantinho 4 Patas”, na sequência de um incêndio. As imagens do resgate são emocionantes e mostram o desespero dos animais que, combalidos, assustados e feridos, foram salvos.

Esta tragédia deixou muitos populares indignados porque a GNR impediu o acesso ao local. Os populares dizem que os animais podiam ser salvos, mas a GNR diz que os que podiam ser salvos já o tinham sido e acrescenta que impediu o acesso por ser propriedade privada e dada a violência das chamas.

“É importante salientar que as consequências trágicas deste fogo não tiveram qualquer correspondência com o facto de a Guarda ter impedido o acesso ao local por parte dos populares. A essa hora, já tinham sido salvos os animais que foi possível salvar”, explica a GNR, em comunicado.

A Câmara Municipal de Santo Tirso revelou hoje que morreram 52 cães e dois gatos que se encontravam no abrigo atingido por um incêndio com origem em Valongo, lamentando os óbitos e rejeitando uma “instrumentalização política” do sucedido.

A autarquia rejeitou hoje que os seus serviços tenham impedido pessoas de entrar no abrigo atingido por um incêndio em que morreram 54 animais, remetendo responsabilidades para o Comandante de Operações de Socorro.

Entretanto a associação Animal solicitou hoje ao Governo e ao parlamento que sejam apuradas responsabilidades no caso das mortes de animais num abrigo particular em Santo Tirso devido ao incêndio florestal.

A organização adianta, num comunicado, que “depois do sucedido na madrugada passada, em que vários animais acabaram por morrer queimados num suposto abrigo de proteção de animais na zona de Santo Tirso”, enviou hoje mesmo uma missiva ao Governo e ao parlamento a esse respeito e a disponibilizar-se para dar formação aos agentes da autoridade nesta matéria.

Nas redes sociais, correr uma petição a pedir “justiça pela falta de prestação de auxílio aos animais do canil cantinho 4 patas em Santo Tirso”, consumido pelas chamas durante a madrugada de hoje, reuniu já mais de 45.000 assinaturas.

O PAN também já fez saber que apresentou queixa ao Ministério Público por “crime contra animais de companhia” em Santo Tirso e pedirá esclarecimentos ao ministro da Administração Interna sobre a morte de dezenas de animais na sequência de um incêndio.

O Bloco de Esquerda, por seu turno, anunciou que quer explicações dos ministros da Administração Interna e da Agricultura no parlamento, bem como da Direcção-Geral de Alimentação e Veterinária (DGAV), sobre a situação.

Incêndio na agrela – cães carbonizados Infelizmente tive que assistir a esta tragédia. Num abrigo ilegal onde estavam entre 200 a 300 animais sobreviveram cerca de 20 cães e menos de 10 gatos. As proprietárias do terreno estiveram até as 6h da manhã a relatar que estava tudo bem e que não precisavam de ajuda. Que teriam morrido no incêndio 15 cães. A GNR barrou a entrada das 100 pessoas (que se chegaram a juntar dispostas a resgatar e acolher animais) por ser propriedade privada. Tanto as “donas” como a GNR Sepna não prestaram auxílio aos animais que sobreviveram e negaram, a quem queria ajudar, essa possibilidade.O veterinário municipal não esteve no local durante a noite apesar de ter conhecimento do que passava. Não declarou a calamidade e a necessidade de auxílio aqueles animais.Testemunhas façam queixa Isto não vai ficar impune

Posted by Paula Virginia Trindade Neves on Sunday, 19 July 2020