O sítio Arqueológico do Alto da Vigia, em Colares, está em avaliação para ser classificado como Sítio de Interesse Público e o processo está atualmente em fase de consulta pública, divulgou hoje a Câmara de Sintra.

O local foi proposto pela autarquia de Sintra ao Ministério da Cultura para classificação enquanto “Sítio de Interesse Público” e a decisão da Direção-Geral do Património Cultural é já do domínio público.

O sítio Arqueológico do Alto da Vigia regista ocupações na época romana, islâmica e moderna, e os vestígios mais antigos até agora identificados poderão corresponder a um templo romano dedicado ao Sol Eterno, à Lua e ao Oceano. Do período islâmico destaca-se a construção de um ‘ribat’ e do período moderno a existência de uma torre de vigia.

Em comunicado, a autarquia explica que a implantação geográfica foi determinante na fixação e na natureza dos elementos em presença, com uma “localização privilegiada, numa plataforma elevada com boa visibilidade sobre o mar”, naquela que foi “a primeira descoberta arqueológica feita em Portugal”, ainda no século XVI.

Remontam ao século XVI as informações mais antigas que indicam a existência de um santuário romano junto à foz do Rio de Colares, lembra o historiador Rui Oliveira ao SINTRA NOTÍCIAS

A importância do local foi largamente reconhecida na época, passando a ser ponto de visita obrigatória para os eruditos, portugueses e estrangeiros, durante o Renascimento.

Entre os ilustres visitantes que acorreram ao local, destaca-se a presença de Francisco d’Ollanda e de André de Resende, mas também de elementos da família real, nomeadamente do Rei D. Manuel I e, mais tarde, do Infante D. Luís, irmão de D. João III.