A ministra da Saúde, Marta Temido, recusou-se hoje a comentar críticas do presidente da Câmara de Lisboa sobre a gestão da pandemia de covid-19 na região, mas disse compreender a preocupação de todos no momento atual.
Em declarações à Lusa, a ministra disse que não comentava a “apreciação” do presidente da Câmara de Lisboa, Fernando Medina, de que o aumento do número de infetados se deve a “más chefias”. “Compreendo a preocupação que todos temos neste momento com a necessidade de interromper cadeias de transmissão na Área Metropolitana de Lisboa, sobretudo nos concelhos que estão a ser mais afetados pela incidência da doença”.
“Estamos a trabalhar nesse sentido e temos um conjunto de medidas que foram determinadas há pouco tempo e às quais temos de dar espaço para produzirem os seus efeitos”, disse Marta Temido, à margem da apresentação de um manifesto em defesa do Serviço Nacional de Saúde.
Fernando Medina disse na segunda-feira, no espaço de comentário da TVI24, que o aumento do número de infetados por covid-19 na região se deve a “más chefias” e à falta de profissionais no terreno. “Ou há capacidade de conter isto rápido ou então têm de ser colocadas as pessoas certas nos sítios certos”, disse o autarca a propósito do grande número de novas infeções por covid-19 na região de Lisboa, nas últimas semanas.
Nas declarações à Lusa, a ministra lembrou que o gabinete de intervenção para a supressão da covid-19 na região de Lisboa e vale do Tejo iniciou funções em meados de junho, acrescentando que a resposta à pandemia, e designadamente a resposta epidemiológica, “exige algum tempo”.
“Portanto estamos a trabalhar, estamos empenhados em ter melhores resultados, e faremos também as correções que se impuserem pela evolução da situação”, disse Marta Temido.
Portugal registo hoje mais oito mortes causadas pela covid-19 do que na segunda-feira e mais 229 infetados, cerca de 82% dos quais na Região de Lisboa e Vale do Tejo, segundo a Direção-Geral da Saúde (DGS).