Mais PSP e GNR nas ruas e com poderes contra festas ilegais

António Costa reuniu com os presidentes de Câmara de Sintra, Amadora, Loures, Odivelas e de Lisboa, municípios mais afetadas pela pandemia da Covid-19 na região de Lisboa e Vale do Tejo. Ajuntamentos voltam a ter limite e autoridades podem autuar.

António Costa anunciou hoje que o Governo vai aprovar na quinta-feira um decreto que permitirá às polícias reforçar a sua presença de fiscalização nas ruas, com poderes acrescidos para autuarem organizadores e participantes em festas ilegais.

Esta medida, que foi avançada pelo primeiro-Ministro em conferência de imprensa, vai ser aprovada em Conselho de Ministros na próxima quinta-feira.

“Vamos aprovar um diploma que, prevendo contraordenações, vai permitir às forças de segurança reforçar a sua presença na rua, mas também a autuação de quem organize ou participe em ajuntamento que não sejam permitidos”, declarou.

No conjunto de área metropolitana de Lisboa, em paralelo com esta medida, o Governo também se prepara repor o número máximo de dez pessoas como limite nos ajuntamentos, tendo em vista controlar eventos [festas ilegais] considerados um elevado risco para a saúde pública.

“No quadro da entrada em vigor no novo decreto lei, PSP e GNR vão reforçar também a sua presença na rua, não apenas para a função pedagógica que têm exercido, mas também para autuarem em caso de necessidade”, frisou António Costa, tendo perto de si o ministro da Administração Interna, Eduardo Cabrita.

No final da reunião com os presidentes das câmaras de Lisboa, Sintra, Amadora, Odivelas e Loures, em que pelo Governo também estiveram presentes a ministra da Saúde, Marta Temido, e o secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares, Duarte Cordeiro, António Costa afastou uma eventual revisão da lei que enquadra o valor das coimas.

“Não vou adiantar neste momento qual o valor das coimas a aplicar, mas temos como referencial o não se exceder os limites que exigiriam a intervenção de uma lei da Assembleia da República. Por essa via, a medida demoraria mais tempo a ser adotada”, justificou o líder do executivo.

Travar a pandemia na região de Lisboa

No final de uma reunião com os autarcas de Lisboa, Sintra, Amadora, Odivelas e Loures, o primeiro-ministro, António Costa, anunciou que o núcleo do problema de novos contágios de covid-19 “centra-se em 15 freguesias do conjunto destes concelhos”, que serão sujeitas a novas medidas de confinamento que entram em vigor às 00h00 de terça-feira

Os cinco concelhos da região de Lisboa mais atingidos pela covid-19 concentraram metade dos novos casos de contágio verificados em Portugal nas últimas duas semanas, registando um aumento de 2.230 infeções.

Tendo por base os boletins divulgados pela Direção-Geral da Saúde (DGS) entre 07 e 21 de junho, os concelhos de Amadora, Lisboa, Loures, Odivelas e Sintra acumularam 50,2% do total de novos casos neste período em Portugal, 4.440.

Sintra, com 695 novas infeções, era o concelho mais afetado, seguido de Lisboa com 521, Loures com 414, Amadora com 397, e Odivelas com 203.

Os números nestes cinco concelhos, que reúnem aproximadamente 1,4 milhões de habitantes, correspondem a um rácio de 154 novos casos por 100 mil habitantes – um valor três vezes e meia superior ao verificado em todo o país, que foi de 43,3.

A Amadora é, neste indicador, o concelho mais atingido, com 219 novas infeções por 100 mil habitantes nas duas últimas semanas, à frente de Loures com 196, Sintra com 179, Odivelas com 128, e Lisboa com 103.

A capital é a que apresenta o registo mais perto da média da Área Metropolitana de Lisboa, que somou 3.055 novos casos no período analisado (68,8% do total), o que corresponde a cerca de 107 por cada 100 mil habitantes, numa região com uma população que ronda os 2,8 milhões.

Com 83,1% dos novos contágios registados entre 7 e 21 de junho, ou seja, 3.689, a região de Lisboa e Vale do Tejo apresenta um rácio de 101 novos casos por 100 mil habitantes, numa população aproximadamente de 3,6 milhões.