Basílio Horta, presidente da Câmara de Sintra e Jorge Coelho, presidente do Conselho Estratégico Empresarial de Sintra | Foto: arquivo

A economia de Sintra em tempo de pandemia por Covid-19, – a situação atual – e perspetivas futuras estiveram em debate na reunião do Conselho Estratégico Empresarial, realizado esta sexta-feira através de videoconferência.

A recente pandemia de COVID-19 produziu efeitos muito complexos no país, com uma crise económica e social também difícil, e a autarquia de Sintra tem acionado diversos mecanismos para amenizar os seus efeitos quer nas empresas quer nas pessoas.

Basílio Horta, começou por agradecer e destacar às empresas do concelho e às IPSS, o apoio que prestaram ao município, sublinhando “a capacidade de resiliência que as nossas empresas tiveram nesta crise”, considerando um “exemplo de coragem, de resiliência e capacidade de intervenção”, das cerca de 80% das empresas do concelho, que se mantiveram em funcionamento durante a pandemia.

Opinião partilhada também por Jorge Coelho, presidente do Conselho Estratégico Empresarial de Sintra, que considerou a “reunião muito útil” permitindo “ficar a saber melhor o que pensam os empresários da situação em que no encontramos”, partilhando ideias e sugestões para “colmatar problemas que existam”.

Durante a reunião de trabalho, Basílio Horta destacou “a capacidade de resiliência que as empresas tiveram nesta crise”, considerando um “exemplo de coragem, resiliência e capacidade de intervenção”, mantendo-se em funcionamento durante a pandemia

Autarquia já disponibilizou 15 milhões

Durante a reunião de trabalho, Basílio Horta deu conta de algumas das medidas que a Câmara de Sintra aprovou desde o início da pandemia, tendo até ao momento disponibilizado cerca de 15 milhões de euros, para travar a pandemia no concelho.

O autarca considera que “é importante que o concelho tenha agora uma fase de modernidade, ou seja entrar na economia digital, entrar na economia verde, perceber os movimentos que vão existir no pós-Covid e não perder esta oportunidade”, sublhinando que “vamos ter que trabalhar seriamente em termos económicos e sociais, na organização da Câmara neste domínio”.

Basílio Horta, fez saber que “a Câmara tem meios e fará tudo o que for necessário para ajudar as nossas empresas, as nossas comunidades, ajudar as famílias, os munícipes, tudo o que puder ser feito com os nossos meios. Temos de começar a projetar o futuro do concelho e o futuro é a modernidade, temos assim reunidas todas as bases que nos permitam ter esperança para o futuro”.

Algumas das iniciativas da autarquia
apresentadas na reunião

Das principais medidas destaca-se a aquisição de equipamento de saúde para o Hospital Amadora/Sintra de forma a aumentar a capacidade de resposta no combate à pandemia, no valor de 1,5 milhões de euros. Entre o material em aquisição estão, entre outros, equipamento de proteção individual, reagentes para a realização de testes, ventiladores de cuidados intensivos, raio X portátil, desfibrilhadores e ventilador portátil.

A Câmara de Sintra decidiu aumentar o Fundo de Emergência Social em um milhão de euros, destinados ao pagamento de rendas, medicamentos e equipamentos de Saúde. Foi aprovado, adicionalmente, um apoio financeiro de 1 milhão de euros às Instituições Particulares de Solidariedade Social (IPSS) do concelho.

O Fundo Municipal de Emergência Empresarial, com a dotação inicial de 3 milhões de euros, para a manutenção dos postos de trabalho, nos setores da restauração e similares, comércio de bens a retalho e prestação de serviços, que já permitiu um apoio de 1500 euros a 800 empresários. A medida abrange empresários que exerçam a sua atividade em nome individual ou enquanto sócios gerentes de sociedades comerciais.

Uma das primeiras medidas que a Câmara aplicou foi uma redução, durante dois meses, de 35% na fatura da água para usos domésticos e de 20% para as empresas, enquanto que os clientes com tarifas sociais passaram a não pagar nada pelo abastecimento de água.

A criação de Fundo Municipal de Emergência Cultural, destinado a apoiar as associações culturais do concelho, no valor de 250 mil euros. Foi criado também o Fundo de Emergência Desportiva, para clubes e associações desportivas do concelho, no valor de 233 mil euros. Este fundo destina-se a fazer face às dificuldades imediatas de tesouraria dos clubes e associações de modo a que seja assegurada a continuidade da sua atividade e que a sua reabertura se faça em segurança.

O aumento das situações de emergência social obrigou as freguesias a ampliarem as suas respostas sociais, especialmente no que toca aos planos alimentares, entregas de bens e medicamentos e ainda no apoio psicossocial às populações. As juntas de freguesia do concelho de Sintra irão receber um apoio financeiro no valor de 275 mil euros.

Por forma a minimizar o impacto das atuais dificuldades económicas sentidas e garantindo que no futuro se possa continuar a contar com este serviço, foi atribuído à Cooperativa de Táxis Linha de Sintra um apoio financeiro de 105 mil euros, valor que corresponde a 6 meses de quotas dos 123 profissionais do concelho. Cada taxista receberá um apoio superior a 850 euros.

Para que na época balnear de 2020 o areal do concelho de Sintra não tenha áreas reservadas e pagas, permitindo o aumento de espaço disponível nas praias, implica garantir um especial apoio aos concessionários de praia. A autarquia aprovou um apoio financeiro de 70 mil euros à Associação de Praias do Concelho de Sintra.

A distribuição, durante o mês de maio, de 1 milhão de máscaras à de proteção individuais pretendeu contribuir para proteger a população, mas é também uma forma de sensibilizar para a necessidade de cumprir com o dever cívico de recolhimento, cumprir as medidas de distanciamento social.

Recorde-se, a Câmara de Sintra criou o Conselho Estratégico Empresarial, em 2014, com o objetivo prioritário de analisar a situação económica e social do concelho na perspetiva das empresas e trabalhadores propondo às entidades decisórias as medidas que se mostrem adequadas à resolução das questões identificadas.