Casos em Lisboa e Vale do Tejo devem “crescer nos próximos dias”

A ministra Marta Temido admite aumento do número de casos, mas afasta adoção de restrições na região de Lisboa e Vale do Tejo.

EM DIRETO: Conferência de Imprensa DGS
– Marta Temido, ministra da Saúde
– Graça Freitas, secretária Geral da Saúde

Situação da pandemia de covid-19, hoje sem boletim atualizado devido a uma falha no sistema de informações, disse Marta Temido

“É muito provável que o número de casos em Lisboa e Vale do Tejo
venha a crescer nos próximos dias”, Marta Temido

“O nosso apelo é muito para a população jovem que, felizmente, sofre pouco as consequências da doença mas que contribui para que esta se propague entre os outros e que atinja pessoas mais velhas e mais vulneráveis e, sobretudo, para aquilo que não queremos que é manter cadeias de transmissão ativas”, Graça Freitas


A ministra da Saúde admitiu hoje que “é muito provável que o número de casos em Lisboa e Vale do Tejo venha a crescer nos próximos dias”, mas afastou a adoção de “medidas mais restritivas” para a região.

Na conferência de imprensa diária sobre a situação da pandemia de covid-19, hoje sem boletim atualizado devido a uma falha no sistema de informações, Marta Temido realçou que as autoridades não têm “ainda a perceção exata” da dimensão do aumento de casos na região de Lisboa e Vale do Tejo, a que mais preocupa as autoridades nesta altura.

Apesar de a situação na região de Lisboa e Vale do Tejo justificar “algum estado de alerta”, a ministra assegurou que “não estão em cima da mesa” medidas mais restritivas.

“Alargámos extraordinariamente e deliberadamente o número de testes na região de Lisboa e Vale do Tejo no sentido de rapidamente identificar estes focos e os controlar”, frisou, referindo que foram feitos “mais de 14 mil testes de rastreio” nos focos identificados na região de Lisboa e Vale do Tejo e que “ainda hoje estão a decorrer testes”.

À data de 05 de junho, a incidência cumulativa nos “concelhos que mais preocupam” as autoridades sanitárias era de: Lisboa (555) casos, Loures (545) casos, Amadora (504) casos, Odivelas (402) casos, Sintra (391) casos.

Estes são “casos novos reportados nos últimos 14 dias, que se mantêm ativos”, especificou a ministra.

Recusando divulgar informação detalhada sobre determinada empresa ou outro local, por nisso não ver “nenhuma vantagem”, a ministra adiantou que os testes nos focos identificados resultaram em 4,6% de casos positivos, até ao final do dia de quinta-feira, já que os dados das últimas 24 horas ainda não estão disponíveis.

A ministra da Saúde destacou que os surtos identificados não estão relacionados com o desconfinamento e que até dizem respeito a empresas ou locais que se mantiveram a trabalhar.

A pandemia de covid-19 já provocou mais de 395 mil mortos e infetou mais de 6,7 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo o balanço feito pela agência francesa AFP.

Portugal contabiliza pelo menos 1.465 mortos associados à covid-19 em 33.969 casos confirmados de infeção, segundo o último boletim da Direção-Geral da Saúde (DGS), divulgado na sexta-feira.

A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Depois de a Europa ter sucedido à China como centro da pandemia em fevereiro, o continente americano passou a ser o que tem mais casos confirmados, embora com menos mortes.