Autarca de Mafra preocupado com controlo de banhistas nas praias

Helder Sousa Silva, presidente da Câmara de Mafra, alertou hoje para a dificuldade de controlar banhistas nas praias devido à pandemia e para a eventual falta de nadadores-salvadores decorrente da insustentabilidade financeira dos concessionários.

Helder Silva, presidente da Câmara de Mafra | Foto: arquivo

“O que mais me preocupa é como se vai controlar o acesso às praias sobretudo em praias semi desertas”, afirmou à agência Lusa Hélder Sousa Silva, que questiona também “quem vai fazer esse controlo se a praia tiver acesso limitado”.

Segundo o autarca, “a câmara municipal não tem essa capacidade” e o Governo deve mandatar para o efeito a Autoridade Marítima e a Agência Portuguesa do Ambiente, a quem já pediu uma reunião nesse sentido para expressar as suas preocupações.

Em Mafra, pondera distinguir praias para surfistas e outras para banhistas para evitar a concentração de pessoas. “Provavelmente teremos de reencaminhar as escolas de surf para praias sem banhistas”, disse.

Hélder Sousa Silva alertou também para a falta de nadadores-salvadores, por insustentabilidade financeira dos concessionários de praia, muitos dos quais têm negócios de bar e restaurante à beira-mar.

Ribeira d’Ilhas, em Mafra

“Se não há gente e se não há consumo nos bares, nos toldos e nas barracas como podem pagar aos nadadores-salvadores”, questionou, acrescentado que a falta de nadador-salvador pode pôr em risco as bandeiras azuis em muitas praias, se a Associação Bandeira Azul da Europa mantiver os critérios de atribuição.

Mafra regista 88 casos de infeção confirmados, dos quais 48 são considerados ativos, 33 estão recuperados e sete morreram.

Recorde-se, as praias nacionais vão ter lotação máxima de banhistas durante a época balnear, na sequência da pandemia, que vai ser calculada em função da “capacidade de carga” de cada praia, informou a coordenadora do Programa Bandeira Azul.

Está a ser elaborado um “manual de procedimentos sobre o acesso às praias” de Portugal por várias organizações, entre as quais a Marinha portuguesa, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA), o Instituto de Socorro a Náufragos (ISN) e a Direção-Geral da Saúde (DGS).


Sintra Notícias com Lusa