José do Nascimento | Passeios Higiénicos II

    QUARENTENA | Passear em modo higiénico, usando a imaginação.

    O primeiro passeio higiénico publicado foi escrito em 2013 e nessa altura, vindo de Sintra, podia entrar nos jardins de Monserrate e apreciar os rendilhados do palácio…

    Hoje, o vírus que por aí anda à solta, logo à chegada, obriga a batermos com o nariz na porta, nem jardins nem palácio! Compreende-se perfeitamente que o palácio esteja fechado, já os jardins, desde que com entradas perfeitamente controladas, poderiam contribuir para aliviar o stress da clausura a que estamos forçados…

    Mas a minha opinião, não é a que conta!

    Um segundo passeio higiénico, escrito na mesma altura, leva-nos, hoje só pelo nosso imaginário ao Parque e Palácio da Pena. Afinal o que proponho é uma nova maneira de se passear em modo higiénico, usando a imaginação.

    Obrigado Fernando!

    (Poema em 3 episódios e 1 devaneio)

    Episódio 1

    A água das fontes
    Galgando dos montes
    Que tenaz, alcanço.
    Se a alma me pede
    Mitigo a sede
    Sento-me e descanso
    Ali, nada longe
    Da Gruta do Monge,
    Palácio da Pena
    Quase venerando,
    Ah, emoção plena!
    Obrigado Fernando!

    Episódio 2

    Olhos do gigante
    Sempre vigilante
    Guiam os meus passos.
    Meu peito em chamas
    Apelam por damas
    De alvos regaços.
    Assola-me o frio,
    Quase me arrepio,
    Mas cumpro meu sonho
    E eis-me admirando
    O Tritão medonho.
    Obrigado Fernando!

    Episódio 3

    Floresta encantada,
    Condão de fada.
    Idílica cena,
    Artista pintando
    Jovens se amando
    No Parque da Pena
    No solar de amor
    Beijos e fervor
    Soltam-se no ar;
    Por Edla amando,
    Leve sussurrar:
    Obrigado Fernando!

    (Devaneio)

    Brota da penedia
    Em golpe de magia
    Num hino à beleza,
    Homem e natureza
    Em harmonia plena:
    No Palácio da Pena
    O sonho de um mundo
    De Fernando segundo.


    José do Nascimento


    Nota de redação:
    Durante a quarentena que todos estamos obrigados a cumprir, o SINTRA NOTÍCIAS vai publicar pequenas histórias, desabafos, pensamentos em tempo de pandemia e de isolamento social, – a única forma que nos resta para interromper a transmissão do novo coronavírus.

    Vivemos tempos diferentes. Agora é a hora de olhar por todos. Como é que ocupa os dias em casa? O que vai mudar? Há alguma coisa que gostaria de concretizar, depois de tudo isto passar?

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