Lá fora a vida renasce, ignorando o medo.
O mundo respira de outra forma enquanto sufocamos dentro de gaiolas auto impostas. Nas ruas ainda se veem seres fugidios, poucos que teimam em quebrar regras necessárias, tristes mas necessárias.
Pelos hospitais travam-se verdadeiras guerras de vida ou morte, em irónico contrassenso com a calma sepulcral das ruas das cidades. Ali cada respirar conta, cada vida é uma Vitória.
Pessoas que nunca foram lembradas tornam-se heróis. Heróis anónimos mas verdadeiros. Batem-se palmas às varandas aos médicos, aos enfermeiros, aos polícias…
E nas casas reinventa-se a família, reaprende-se o amor… à espera que a peste passe.
Temos de sair melhores disto! Se não sairmos, nada aprendemos e eu ainda creio na inteligência humana. Na solidariedade e na entrega desinteressada.
A todos vocês que continuam a luta seja em que área social e do comércio e serviços for, a todos que fazem tudo para defender as famílias mantendo-se nas casas por muito difícil que seja, a todos os que nos hospitais travam esta guerra, a todos os que deixam para trás os que amam para sair às ruas e garantir que tudo corre pelo melhor… A todos que se sacrificam por nós!
Obrigado!
O Sol continuará a pôr-se e a renascer todos os dias. Chegará o dia que o poderemos voltar a ver, abraçados a quem mais gostamos!
Texto: Sérgio Alcântara
Fotografia: Cláudio Monteiro