As vendas nos super e hipermercados aumentaram 65% em termos homólogos no período de 9 a 15 de março, semana em que os portugueses “começaram a preparar a despensa” face à pandemia, segundo o barómetro da consultora Nielsen, em nota enviada ao SINTRA NOTÍCIAS.

De acordo com a segunda edição do barómetro semanal da Nielsen sobre o impacto da pandemia de covid-19 no consumo, a evolução nesta semana ficou marcada pelo facto de ter sido neste período que a Organização Mundial de Saúde declarou a covid-19 como pandemia, tendo ainda sido anunciado o encerramento de todas as escolas e surgido o continente europeu como o epicentro do surto.

“A procura pelo ‘online’ começa a ser cada vez mais evidente e poder-se-ão notar algumas diferenças nas tipologias de loja escolhidas”, antecipa a consultora sénior da Nielsen Marta Teotónio Pereira, em nota enviada ao SINTRA NOTÍCIAS.

De 9 a 15 de março, o destaque nas vendas foi assim “para as categorias mais essenciais para enfrentar esta situação”: os produtos de higiene pessoal e do lar, cujas vendas aumentaram 95% face à semana homóloga, e os produtos alimentares, cujas vendas subiram 91%.

“Nos produtos de higiene pessoal e do lar, é o papel higiénico que regista o maior crescimento (acima dos 200%), mas lenços, rolos e guardanapos, produtos para roupa e loiça, limpeza do lar, higiene corporal, fraldas/toalhetes e cuidados de saúde também ultrapassam o dobro das vendas”, refere a Nielsen.

Já no que respeita à alimentação, “as conservas e produtos básicos mantêm-se no topo, com crescimentos acima dos 200%”, e os produtos instantâneos, alimentação infantil, congelados e azeite/óleos /condimentos e temperos “crescem também de forma muito acentuada, ultrapassando o dobro das vendas”.

De acordo com a consultora, a preocupação com a ‘preparação da despesa’ – a terceira de seis etapas identificadas pela Nielsen no comportamento do consumidor face à covid-19, depois da ‘compra proativa de saúde’ (primeira etapa) e da ‘gestão reativa da saúde’ (segunda etapa) – foi “transversal em todo o território nacional”, registando-se “fortes crescimentos” de 59% a 74% em todos os distritos.

“Depois desta verdadeira corrida às lojas para prepararem a sua despensa, os portugueses passam para uma nova fase: a preparação para a vida em quarentena. Nessa nova etapa, a procura pelo ‘online’ começa a ser cada vez mais evidente e poder-se-ão notar algumas diferenças nas tipologias de loja escolhidas”, antecipa a consultora sénior da Nielsen Marta Teotónio Pereira.

Conforme acrescenta, “será também interessante verificar o impacto que o anúncio do fecho de estabelecimentos comerciais poderá ter no retalho alimentar e nas decisões de compra dos consumidores portugueses”.

O barómetro Nielsen covid-19 baseia-se nas vendas em valor, em termos homólogos, de uma amostra de lojas das insígnias Auchan, Continente, Dia/MiniPreço, El Corte Inglés, Intermarché, Mercadona, Pingo Doce em Portugal Continental.


Fotografia: Sintra Notícias