“Se nos mantivermos unidos vamos vencer”

CORONAVÍRUS | Em entrevista à TVI, António Costa considera que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) está a ganhar capacidade de resposta para "evitar o pico acentuado que pode levar a rotura dos hospitais"

António Costa considera que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) está a ganhar capacidade de resposta para "evitar o pico acentuado que pode levar a rotura dos hospitais"

“Até agora não faltou nada aos hospitais e não é previsível que falte”, disse durante uma entrevista à TVI, conduzida pelos jornalistas José Alberto Carvalho e Miguel Sousa Tavares, o primeiro-ministro, António Costa, tranquilo em relação aos meios disponíveis na área da Saúde em Portugal para enfrentar a pandemia de Covid-19 em Portugal.

António Costa, afiançou que, mesmo “no pior dos cenários”, não será perdido o controlo da situação da pandemia da covid-19 em Portugal, que regista um total de 23 mortos e 2.060 casos.

“No pior dos cenários, com a capacidade que temos, nunca perderemos o controlo da situação”, referiu António Costa, destacando o comportamento dos portugueses por todo o país, defendendo que, sem o confinamento às respetivas casas, “não seria possível conter a epidemia”. Sobre a falta de material para o pessoal médico, Costa garantiu que “não faltou nada e não temos nada que diga que irá faltar”.

António Costa considera que o Serviço Nacional de Saúde (SNS) está a ganhar capacidade de resposta para “evitar o pico acentuado que pode levar a rotura dos hospitais” e deixou a certeza de que há capacidade para fazer 10 mil testes por dias, adiantando que foram comprados 280 mil testes, sendo que “80 mil chegam até ao final desta semana”, estando ainda a ser estudada a compra de testes rápidos, que estão a ser desenvolvidos em Itália.

(…) Perder um terço do salário é dramático
para a maioria dos portugueses”, — António Costa

Na entrevista, o primeiro-ministro defendeu ainda que “houve já um reforço de mil médicos e de 1800 enfermeiros, assim como um reforço muito grande da capacidade de resposta da linha Saúde 24, diminuindo a pressão sobre o conjunto do sistema”.

“No conjunto do sistema, temos 1142 ventiladores e neste momento há 47 pessoas nas unidades de cuidados intensivos. Portanto, a margem ainda é muito significativa. Na segunda-feira fizemos o pagamento de 10 milhões de dólares para a aquisição de 500 ventiladores na China, que chegarão progressivamente até ao dia 14 de abril”, apontou António Costa.

O primeiro-ministro falou ainda em donativos, entre os quais um de uma “investidora chinesa” com uma doação de 78 ventiladores que hoje foram entregues na Embaixada de Portugal em Pequim. “Há um movimento muito grande”, acrescentou.

Economia

Na mesma entrevista, esta noite, António Costa afirmou esperar que a União Europeia (UE) adote, a curto prazo, um grande plano para a mobilização e reconstrução económica dos estados-membros.

Costa apontou avanços positivos quando a UE anunciou 37 mil milhões de euros para reprogramação de dinheiro já alocado, além da flexibilização do Pacto de Estabilidade e Crescimento (PEC) por parte da Comissão Europeia e da injeção, pelo Banco Central Europeu, de 750 mil milhões de euros para a aquisição de dívida pública.

“Vai ser muito duro o debate no Conselho Europeu da próxima quinta-feira. Temos de ter um grande plano, chamem-lhe Marshall ou Von Der Leyen, o nome como quiserem. A Europa tem de ter um grande projeto de mobilização e de reconstrução económica depois desta pandemia”, declarou.

Entrevista completa na TVI
Imagem: TVI