“Assegurar a travessia, para em junho avaliar os danos”

ANTÓNIO COSTA | Apesar do comportamento "exemplar" dos portugueses, o primeiro-ministro admite que o "Estado de Emergência pode ser renovado" até maio, lembrando que está em causa a luta pela nossa sobrevivência. "O país terá "três meses muito duros pela frente", e o primeiro-ministro apela à solidariedade e ao esforço coletivo na área económica.

"Em junho poderemos avaliar os danos sofridos e perspetivar um novo futuro para a nossa economia”, disse o primeiro-ministro, António Costa | Imagem: TVI24

O primeiro-ministro António Costa afirmou esta noite, em conferência de imprensa, que o atual trimestre será “muito duro” e exige esforço de todos.

“Este como todos sabemos é momento de emergência sanitária, está em causa uma pandemia, e salvar a vida dos portugueses, mas é também um momento de emergência económica para salvar empregos e impedir que empresas fechem as suas portas”, disse ainda o primeiro-ministro, sublinhando que este é “um momento de emergência”, acrescentando que “está em causa tratar da vida dos portugueses”.

Mas não só. “É também um momento de emergência económica. Será um trimestre muito duro para todos. Em junho poderemos avaliar os danos sofridos e perspetivar um novo futuro para a nossa economia”, disse o primeiro-ministro.

(…) “está em causa uma pandemia, e salvar a vida dos portugueses, mas é também um momento de emergência económica para salvar empregos e
impedir que empresas fechem” — António Costa

“Para isso, é preciso proteger o emprego. É absolutamente essencial assegurar liquidez às empresas, para que garantam os postos de trabalho”, destacou António Costa, acrescentando que “neste momento temos de nos concentrar em salvar vidas, na saúde, e as empresas, na economia”.

O primeiro-ministro anunciou que foi adiado para o 2.º semestre do ano o pagamento do IVA e do IRC, que teria de ser pago nos próximos meses, para garantir a atividade das empresas e dos postos de trabalho.

(…) “Precisamos de chegar a junho em condições de poder encarar com confiança e preparar o relançamento da nossa economia” — António Costa

“Aprovamos crédito acessível sob condição de manutenção de emprego”, chamou a atenção o primeiro-ministro, acrescentando medidas como a “suspensão do prazo de caducidade dos contratos de arrendamento que iriam caducar nos próximos meses” e a “prorrogação automática de subsídios de desemprego”.

Para António Costa, é preciso “tranquilizar as famílias e as empresas”. “Para que haja um novo futuro, precisamos de chegar a junho em condições de poder encarar com confiança e preparar o relançamento da nossa economia. Os rendimentos das famílias não podem ser mais fragilizados. O Estado também está a dizer presente”, garantiu Costa.

(…) “Os rendimentos das famílias não podem ser mais fragilizados.
O Estado também está a dizer presente” — António Costa

Recorde-se, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa e o primeiro-ministro, António Costa, estiveram reunidos esta sexta-feira ao fim da tarde no Palácio de Belém, em Lisboa.

O Presidente da República assinou o Decreto do Governo que estabelece os termos das “medidas excecionais a implementar durante a vigência do estado de emergência”, decretado pelo Decreto do Presidente da República n.º14-A/2020, de 18 de março, em resposta à pandemia da doença COVID-19″, pode ler-se numa nota na página da Presidência.

[atualizada, às 22h39]
Imagem: TVI