O grupo 93 dos Escoteiros em Sintra, voltou este sábado a casa, depois uma “ausência forçada” para a realização de obras na antiga Cadeia Comarcã, que permitiu que fossem asseguradas as condições de segurança para a utilização daquele espaço.

“Palavra cumprida, dada desde o primeiro dia e dizer a todos aqueles que duvidaram, que não tinham razão”, começou por dizer Basílio Horta, ainda antes de simbolicamente proceder à reabertura da sede do Grupo 93. “A casa estava numa situação que não era digna e a nossa intenção desde o primeiro momento, foi fazer as obras necessárias para que hoje se possa entrar neste espaço, com segurança e a dignidade que o grupo 93 de Sintra merece”, destacou o presidente da Câmara de Sintra, no seu discurso de improviso.

A obra permitiu recuperar a clarabóia que se encontrava profundamente degradada, com vidros partidos e os seus elementos estruturais que se encontravam em avançado estado de corrosão.

A clarabóia foi recuperada já que se encontrava profundamente degradada

A intervenção da autarquia sintrense implicou ainda a substituição integral da rede elétrica. Foram repostas as condições de estabilidade da laje de teto com o reforço estrutural de forma a garantir a segurança de pessoas e bens. O para-raios existente, que se encontrava obsoleto, foi também substituído por um novo com a adequada descarga à terra.

“Com este investimento que a Câmara fez no nosso edifício, ganhamos ainda mais responsabilidade para com o município e todos os seus habitantes. Procuraremos fazer mais e melhor e cumprir uma das mais importantes missões do escutismo que é ajudar o próximo”, disse Pedro Alves, Escoteiro Chefe do Grupo, acrescentando que “este é o espaço onde os sonhos se tornam realidade. É um lugar onde podemos aprender e crescer, sem medos e sem barreiras, onde conhecemos amigos para a vida, onde aprendemos sobre todos os domínios do conhecimento a rir e a brincar” e com responsabilidade.

Espaço de liberdade, convívio e solidariedade

No seu discurso, Basílio Horta fez questão de sublinhar que, “locais de sofrimento e prisão, devem ser transformados por vontade dos homens e fundamentalmente por vontade de juventude, em sítios de Liberdade, de convívio e solidariedade”.

“Mais do que um edifício é uma sede, mais do que uma sede, é uma casa, aquela que era outrora uma prisão, é hoje um espaço de Liberdade. E sabe bem, poder-vos dizer, estamos de volta”, notou Pedro Alves, Chefe dos Escoteiros de Sintra, a propósito da importância de “voltar a casa” depois de um ano difícil e sem tecto para a realização de atividades.

“Juventude não é o futuro, mas é no presente que se constrói o futuro”, notou Basilio Horta, frase também partilhada por Pedro Alves.

“A melhor maneira, mesmo que informalmente, de iniciar o Ano Municipal da Juventude de Sintra é com a reabertura deste edifício municipal, na antiga Cadeia Comarcã”, afirmou Basílio Horta.

Recorde-se, o Ano Municipal da Juventude vai promover ao longo do ano de 2020 um conjunto de iniciativas descentralizadas, que envolvam as associações, as associações de estudantes, os grupos informais de jovens e os jovens, através da participação, pondo em evidência as suas realidades, as suas necessidades e anseios, permitindo igualmente dar visibilidade e valorizar a dimensão coletiva que congrega os jovens em torno de manifestações de participação culturais e artísticas.

Sintra é o segundo município do país em população jovem, com mais de 63 mil munícipes com menos de 15 anos e 66 mil entre os 15 e os 29 anos.

A reabertura da Cadeia Comarcã aos Grupo 93 de Escoteiros de Sintra, contou com a presença de Basílio Horta, presidente da Câmara Municipal de Sintra, dos vereadores Rui Pereira, Domingos Quintas, Eduardo Quinta Nova, Marco Almeida, Carlos Parreiras e Pedro Ventura, bem como do presidente da União de Freguesias de Sintra, Fernando Pereira, do Chefe do Grupo de Escoteiros de Sintra, Pedro Alves e da Chefia Nacional de Escoteiros, Miguel Gonzalez.

  • Fotografias: Sintra Notícias
  • [Notícia atualizada]


Edifício encerrado no final de 2018

A antiga cadeia comarcã de Sintra foi encerrada, no final de 2018, pelas chefias do grupo 93 dos Escoteiros de Portugal e pela câmara, após uma vistoria municipal concluir que parte da estrutura do edifício apresenta “risco de colapso iminente”.

Sede dos Escoteiros em 2018

“Depois de terem sido levantadas suspeitas sobre a segurança do edifício, a chefia do grupo, como principal responsável pela segurança dos jovens, bens pessoais e do próprio imóvel, decidiu encerrar preventivamente o edifício”, lia-se na ordem de encerramento afixada na altura no portão fechado a cadeado.

Sede dos Escoteiros em 2018