Uma centena de moradores de Massamá em defesa da PSP

A iniciativa organizada pelo grupo de Moradores de Massamá no facebook, manifestou "apoio" à PSP "contra as agressões" que os agentes são alvo e as muitas críticas públicas que sofrem no desempenho das suas funções,

Moradores de Massamá, manifestaram-se hoje junto à esquadra da PSP, para mostrar o seu apoio em defesa da Polícia de Segurança Pública (PSP) e “contra as agressões” que estes profissionais estão sujeitos, no uso das suas funções.

A concentração foi organizada por um grupo de moradores, de forma espontânea, nas redes sociais e juntou à hora do jantar, mais de uma centena de pessoas. “Queremos demonstrar às nossas forças policiais que estamos com eles e valorizamos o seu trabalho”, começou por dizer Maria de Sousa, uma das organizadoras da iniciativa.

“Não concordamos com o crescimento do sentimento de impunidade que existe e deve ser desmotivador enfrentarem vários perigos para salvaguardar a segurança pública, com o seu trabalho a ser questionado por questões de pormenor” disse a Maria de Sousa. “Massamá é uma localidade segura e não consideramos que haja uma grande insegurança, mas os nossos vizinhos assim sentem e se é um problema deles, também é um problema nosso”, acrescentou.

“A nossa presença é um sinal da população, que revela que alguma coisa não está bem”, disse ao SINTRA NOTÍCIAS, Rui Santos, morador na União de Freguesias, preocupado com a “falta de apoio” às forças policiais. “A nossa presença é um apoio da população à polícia e também uma prova de que as entidades competentes têm de começar a olhar de outra forma para o esforço e o trabalho da polícia”.

“Queremos demonstrar às nossas forças policiais que estamos com eles e valorizamos o seu trabalho”, disse Maria de Sousa

Recorde-se, a localidade de Massamá, está integrada na União de Freguesias de Massamá e Monte Abraão e em conjunto com a União das Freguesias de Queluz-Belas, integram a Cidade de Queluz.

Os recentes incidentes com gang’s rivais, nas estações de comboios da CP na Linha de Sintra, foi mote para as conversas trocadas entre moradores, manifestando alguma apreensão e preocupação, com o aumento crescente dos casos de criminalidade.

Sintra perdeu 600 agentes em dez anos

“Desde que abriu a divisão de Sintra em 2009, perdeu entre 550 a 600 agentes”, que não foram substituídos, lamenta Mário Andrade, presidente do Sindicato dos Profissionais de Polícia (SPP-PSP) em declarações ao SINTRA NOTÍCIAS, apontando o dedo ao “poder político”.

“É gratificante ver a população em defesa dos profissionais de polícia e por outro lado, indigna-nos ser a população a requer, meios de segurança em vez do poder central”, lamentou Mário Andrade, presidente do Sindicato dos Profissionais de Polícia (SPP-PSP) em declarações ao SINTRA NOTÍCIAS.

“Temos de repensar e rever a formação de polícias, para colmatar esta falha de agentes, que é muito grave”, adiantou o responsável, criticando a ausência de “uma política de rejuvenescimento e substituição de efetivos”, que não existe.

A título de exemplo, “desde que abriu a divisão de Sintra em 2009, [no âmbito da criação do Comando de Lisboa da PSP], esta divisão perdeu entre 550 a 600 agentes”, que não foram substituídos, lamenta Mário Andrade, apontando o dedo ao “poder político”.

Sobre os incidentes de domingo, na estação de Queluz-Belas, Mário Andrade reafirma “a falta de efetivos e por consequência de resposta atempada no apoio”, um problema que se estende a toda a Área Metropolitana de Lisboa.

Questionado sobre a disponibilidade do município de Sintra em investir em Câmaras de videovigilância nas estações de comboios, o presidente do Sindicato de Polícia, aplaude a iniciativa da autarquia: “Não resolve o problema na totalidade, mas é importantíssimo, não só pelo sentimento de persuasão que vai gerar, como ajudar na identificação dos infratores”.

Já na parte final do protesto, ficaram palavras incentivo da população aos profissionais da PSP da esquadra de Massamá. Um “protesto de apoio” acompanhado em silêncio por agentes à porta da esquadra e que terminou com uma longa salva de palmas o um grito de reconhecimento e alerta: “Obrigado, PSP”.